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#Alimentação

Obesidade infantil: conheça os riscos!

A obesidade infantil representa um problema de saúde pública e tem se tornado cada vez mais prevalente. O crescimento alarmante da condição nos faz refletir acerca dos hábitos de vida que a sociedade tem aderido: alimentação desbalanceada e sedentarismo.

Engana-se ao pensar que os mais jovens estão isentos deste problema: cerca de 14,1% de crianças e adolescentes são obesos. Vale ressaltar, ainda, que o excesso de peso é observado em 6,5% dos menores de 2 anos.

O grande problema é que a obesidade figura como fator de risco para uma série de acometimentos, sejam eles imediatos, sejam eles crônicos. Ao longo do texto, vamos abordar sobre os principais impactos e mostrar como é possível prevenir a condição!

Veja como é feita a definição de obesidade

A forma mais prática para definir se um indivíduo está obeso ou não é por meio do Índice de Massa Corporal (IMC). Mediante do resultado de um cálculo (peso/altura2) é identificado não só se há excesso de peso, como também é possível classificar a obesidade.

É importante dizer que o excesso de peso engloba as definições de sobrepeso e obesidade, sendo que o sobrepeso precede a obesidade em si. Após o cálculo, é feita a avaliação dos resultados, que ainda leva em consideração o sexo e a idade da criança. 

No site da Sociedade Brasileira de Pediatria você encontra os diferentes gráficos de crescimento e, dentre eles, aquele que avalia o IMC de acordo com idade e o sexo. A influência do sexo pode ser vista nas meninas, por exemplo, onde há maior acúmulo de gordura nas dobras cutâneas.

 

Quais as causas da obesidade infantil?

Mais de 95% das pessoas têm a nutrição inadequada como principal fator desencadeante da obesidade. Já a pequena parcela restante é classificada como obesidade endógena, ou seja, ocorre a partir de alterações hormonais. 

Por fim, não podemos deixar de mencionar quais são os 3 períodos críticos para aumento da quantidade de células de gordura:

  • último trimestre de gestação;
  • primeiro ano de vida;
  • crescimento na adolescência.

Então, é importante que a mãe saiba como se alimentar ao longo da gravidez e, principalmente, como conduzir a alimentação da criança no primeiro ano de vida e depois ser um bom exemplo para esse adolescente.

Entenda quais são os riscos

Como falado no início, os problemas decorrentes da obesidade podem ser tanto crônicos como também observados em um prazo mais curto. Veja a seguir!

Dislipidemia

O termo dislipidemia retrata as alterações no perfil lipídico. Isso quer dizer que os níveis de colesterol, triglicérides, HDL e/ou LDL estão alterados. Geralmente, um indivíduo obeso apresenta as seguintes alterações:

  • aumento de colesterol;
  • aumento de triglicérides;
  • queda de HDL (bom colesterol).

O risco da dislipidemia para o organismo é que ela é um importante fator de risco para doenças coronarianas, ou seja, aquelas que atingem as artérias do coração. O motivo disso é que com o aumento dos níveis de colesterol no sangue, a gordura tende a acumular na parede dos vasos sanguíneos.

Este processo é conhecimento como aterosclerose e pode ter início na infância de crianças obesas. Vale ressaltar que é algo reversível caso ainda esteja na fase inicial, por meio de alimentação e atividades físicas. Porém, sem acompanhamento médico e sem maiores cuidados com os hábitos, é cada vez mais perigoso em termos de doenças cardiovasculares.

Diabetes mellitus

Basicamente, a diabetes é uma doença cujo o nível de glicose no sangue permanece elevado, seja pela incapacidade de produzir o hormônio insulina, seja pela produção insuficiente. O segundo caso, a produção insuficiente, está diretamente relacionado com a maior resistência do corpo ao hormônio em questão.

Em outras palavras, quanto mais resistente o corpo se torna à ação da insulina, maior tende a ser sua liberação. Porém, torna cada vez mais distante de suprir a demanda. Nessa perspectiva, o excesso de peso é um importante fator de risco para aumento da resistência à insulina.

Analisando estatisticamente, o sobrepeso triplica o risco de o indivíduo desenvolver diabetes melito ao longo da vida. Você não vai querer isso para seu filho, certo?

Doenças osteoarticulares

O excesso de peso acarreta prejuízos para ossos e articulações. Isso porque aumenta a carga que as estruturas precisam sustentar, a ponto até de modificarem curvaturas, como é o caso dos joelhos em valgo e em varo.

Outro problema que atinge o sistema locomotor é a osteoartrite, também associada à obesidade. Neste caso, ocorre degeneração das articulações e, consequentemente, há um padrão de dor observado, bem como maior dificuldade para movimentação.

Problemas psicossociais

Por fim, não podemos deixar de mencionar os problemas não biológicos decorrentes da obesidade. Sabe-se que os efeitos psicossociais podem acompanhar o indivíduo durante toda a vida, com diferentes manifestações:

  • isolamento de atividades;
  • afastamento da socialização;
  • dificuldade para expressar sentimentos.

Descubra formas de prevenção

Diante de tantos efeitos que a obesidade pode causar, a prevenção é a principal maneira de evitar tais desfechos. Ao iniciar as medidas, antes mesmo da fase escolar, há grandes chances de elas serem mantidas ao longo da infância e adolescência!

Avaliação antropométrica

Já falamos aqui no blog sobre IMC, você viu? Este índice determinante na classificação do excesso de peso deve ser avaliado desde os primeiros meses de vida, por meio da antropometria. Vale lembrar, ainda, que o primeiro ano é um dos momentos críticos para desencadear obesidade.

Assim, ao contar com gráficos de crescimento, é possível perceber quando o valor de IMC obtido apresenta algum desvio do que é esperado. Detectar precocemente permite que logo sejam adotadas medidas de intervenção, interrompendo uma condição que pode perdurar até a vida adulta.

Hábitos alimentares

O primeiro ponto que deve ficar claro no quesito alimentação é que a família tem uma importância maior do que imagina. Os hábitos alimentares dos pais influenciam diretamente naquilo que a criança tem interesse de comer.

Basicamente, é preciso estimular os filhos a comerem bem. Mas cuidado! Comer bem não significa comer muito, mas sim priorizar os alimentos que conseguem suprir as necessidades nutricionais.

Então, para contemplar as demandas energéticas e de vitaminas, deve haver uma grande variedade de frutas, vegetais e fibras. Em contrapartida, deve ser desestimulado o consumo de refrigerantes, fast-foods e doces, por exemplo.

Isso ajuda a diminuir a ingestão de açúcares refinados, do sal em excesso e de alimentos ricos em colesterol. Um cuidado adicional é de não expor as crianças às propagandas que incentivam uma alimentação desbalanceada.

 

Combate ao sedentarismo

Por fim, é preciso buscar maneiras de aumentar o gasto energético. Na infância, isso pode alcançado por brincadeiras, início de práticas esportivas, caminhadas, andar de bicicleta, educação física na escola…

Assim, as atividades devem ser adequadas para a idade e habilidades dos pequenos. Mas independentemente do tamanho, evite expor a criança às telas, como televisão, vídeo game, tablets, smartphones e computadores.

Ao evitar este tipo de exposição prolongada logo na infância, diminui a tendência de que tais hábitos se estabeleçam logo cedo e assim continuem pelo resto da vida.

Concluímos, enfim, que a obesidade infantil está associada a uma série de complicações, as quais aumentam as taxas de morbidade e mortalidade. Uma criança obesa tende a ser um adulto obeso, caso não haja intervenção no hábitos de vida. Vale ressaltar que quanto mais tempo os pequenos permanecem acima do peso, mais precocemente as complicações vão surgindo. Então, coloque em prática nossas dicas e caminhe junto à criança rumo aos hábitos saudáveis!

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Referências

Prevalência de sobrepeso e de obesidade no primeiro ano de vida nas Estratégias Saúde da Família. Cadernos Saúde Coletiva. Acesso em 13 de setembro de 2020.

Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? Jornal de Pediatria. Acesso em 13 de setembro de 2020.

Prevalência, fatores etiológicos e tratamento da obesidade infantil. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. Acesso em 13 de setembro de 2020.

Obesidade e osteoartrite: atualização em implicações clínicas e metabólicas. Revista médica de Minas Gerais. Acesso em 13 de setembro de 2020.

Gráficos de crescimento. Sociedade Brasileira de Pediatria. Acesso em 14 de setembro de 2020.

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