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Assimetria dos pés durante a caminhada

Uma das maiores ansiedades da vida materna é quando o bebê que, engatinha e senta, começa a andar. “Mas, meu bebê começou a andar e eu vejo que um pé se movimenta diferente do outro. Será que a caminhada está torta? Tem problemas?”

Vamos conversar para tentar responder um pouco dessas perguntas, lembrando sempre que a visita de rotina ao pediatra é super importante e ele, que vai conseguir olhar individualmente seu bebê. Muito prazer, eu sou a Liria, Diretora de Pesquisa da Anamê e, juntos vamos caminhar neste mundo dos bebês nos seus primeiros 1000 dias…..

O bebê e o início da caminhada

Para que o bebê possa começar a dar seus primeiros passos independente, ele precisa de dois aspectos fundamentais: 1) o equilíbrio na postura ortostática e 2) a capacidade de mover o corpo à frente, permitindo então, o seu deslocamento bípede. Dois fatores que parecem ser contraditórios fisicamente mas, que precisam trabalhar juntos para que o deslocamento do corpo aconteça com segurança.

Antes de começar a caminhar, o equilíbrio bipodal (ficar em pé com as duas pernas) do  bebê foi pouco solicitado e, raramente precisou ter equilíbrio unipodal (ficar em pé em uma perna só). Mas, esse equilíbrio é essencial para a sua caminhada. Já percebeu que durante a marcha, há momentos em você precisa ficar num pé só?  Portanto, o maior desafio do bebê agora é ser capaz de criar um desequilíbrio do corpo para frente para que possa andar. Isso mesmo, um desequilíbrio! Mas,  ao mesmo tempo, ele precisa prevenir que esse desequilíbrio não seja tão grande que o faça cair.

Mais do que um marco motor: um aprendizado

Essa habilidade de se movimentar para frente e, ao mesmo tempo, se equilibrar é mais do que um marco motor, é um aprendizado para a criança. E, o aprendizado é rico se houver uma grande quantidade de experiências e, que elas sejam variáveis no seu contexto. Em outras palavras, quanto mais diversidade você fornecer ao seu bebê, com solos diferentes, locais diferentes, possibilidades diferentes, mais rica será essa experiência e, essa criança desenvolverá várias formas adaptativas de lidar com os “desequilíbrios” da marcha.

Equilíbrio X Movimento para frente:

como o bebê lida com isso?

A solução adotada pelos bebês para lidar com essa “dualidade” é aumentar a base de suporte, em outras palavras abrindo mais as perninhas e dando passos mais curtos. Mas, se você perceber, o seu bebê deve colocar um pés mais aberto e os dedos mais para fora que o outro.

bebê e seus pezinhos

A imagem acima mostra um bebê, no início do desenvolvimento da marcha. O pé direito está mais rodado para fora, enquanto o esquerdo está mais alinhado á frente.

Pés simétricos? Andamos com pés da mesma forma?

Desde a década de 80, assumimos que o movimento dos membros inferiores de crianças são simétricos, ou seja, o lado direito movimenta igual ao lado esquerdo. Nessa época, a análise do movimento em pleno vapor, estava ainda sendo desenvolvida e muitos estudos ainda direcionavam para conferir se as medidas adquiridas eram mesmo corretas. E, essa simetria detectada nessa época, provavelmente, aconteceu porque ao se analisar as trajetórias de movimento, ela foi feita pela média geral, o que não permitiu o olhar sobre a  individualidade de cada segmento e de cada criança. O que percebe-se atualmente é que nosso movimento não é tão simétrico assim. Se você olhar a distância dois vultos encapuzados se movimentando, um robô e um ser humano, você com certeza conseguirá distinguir o robô. Ele é simétrico demais!

Pés assimétricos: funções diferentes de cada pé

Entretanto, trabalhos científicos mais recentes afirmam que há uma assimetria entre os pés e, que ela reflete uma diferença funcional entre os membros inferiores. Além disso, essa característica deve ser mais evidente em crianças na fase de aquisição de marcha. De fato, o pé mais rodado externamente, como descrevemos anteriormente, é a solução adotada pelas crianças para aumentar a base de suporte e melhorar o equilíbrio. Esta posição fornece condições para a transferência de peso do corpo. Entretanto, essa mesma posição dificulta a progressão à frente uma vez que todo o membro inferior: joelho, tornozelo e pés também estariam rodados.

desenho ilustrativo dos pés de bebês no início da caminhada

Em contrapartida, um dos pés posiciona-se de forma mais paralela, o que facilitaria a progressão do corpo à frente orientando a direção da caminhada mas,  ao mesmo tempo dificultando o equilíbrio. Portanto, o posicionamento dos pés de forma assimétrica reflete uma solução para os dois aspectos fundamentais descritos no início desse texto: o pé mais rodado para fora, melhoraria o equilíbrio, dando mais condições para a transferência de peso enquanto, o pé com menos rotação para fora ajudaria mais no avanço do corpo a frente e, estaria mais envolvido com o direcionamento da caminhada.

Redução da assimetria X experiência de marcha

Mas, essa assimetria fica para sempre? Porque não percebemos isso em crianças maiores? É que com a experiência de caminhar, a criança ganha mais habilidades e essa assimetria vista, principalmente no início dessa fase, vai diminuindo, como mostra a Figura abaixo. Além disso, o comprimento do passo vai aumentando com o tempo, tornando a marcha mais fluida. Isso dura em torno de 6 a 8 meses desde que seu bebê começou a caminhar.

Desenho ilustrativo de como a criança modifica o posicionamento do pé com a experiência

A importância do pé na caminhada

Resumindo, o pé tem três funções biomecânicas importantes na caminhada. Primeiramente, o pé é importante para acomodar irregularidades do solo e manutenção do equilíbrio. Segundo, ele suporta todo o peso do corpo e serve como um componente de absorvedor forças propulsivas e, terceiro, para gerar o movimento para frente, o pé tem que transmitir forças propulsivas. Além de tudo isso, a região plantar do pé tem uma função super importante de propriocepção.

O bom desenvolvimento deste pé na fase inicial da caminhada depende das experiências as quais a criança é submetida. Por isso, ofereça diferentes estímulos e possibilidades ao seu bebê. E se for fora de casa, use um calçado que seja biomimético, como o Noeh!

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Espero que tenham gostado! Se tiver dúvida é só perguntar que iremos te responder!

Um abraço apertado, com carinho da Liria da Anamê

Dra. Liria Okai-Nóbrega. Pesquisadora, Doutora em neurociências e pós doutora em ciências da Reabilitação.

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