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Bebê com pé chato: pé plano na primeira infância é normal?

Se o seu bebê tem o pé plano, o famoso pé chato, durante a primeira infância, não se preocupe, faz parte do desenvolvimento, é normal! Esse pé plano também pode apresentar uma pisada tortinha em que os pezinhos “caem” para a lateral interna. A curvinha dos pés tem um papel de sustentação muscular e é a principal estrutura que mantém o pezinho corretamente posicionado.

Na grande maioria das vezes a aparência de pé plano ou a pisada pronada (tortinha pra dentro) faz parte do desenvolvimento. A curvinha do pé é formada por músculos, por isso, a criança bem pequenininha ainda não tem essa curvinha visível, os pezinhos precisam se fortalecer para que o arco plantar se forme e o pezinho se posicione corretamente.

Bebê tem pé chato: o pé é naturalmente plano

O desenvolvimento da estrutura muscular e óssea dessa curvinha do pé, chamada arco longitudinal plantar, só começa cerca de um ano após o nascimento, quando as crianças já aprenderam a ficar de pé e começam a caminhar de forma independente, e perdura, em média, até os 5 anos de idade.

Figura 1 – Pé aparentemente plano

 Pé aparentemente plano. Bebê com pé chato Ausência  de arco longitudinal nos pés de bebês. O pé plano em bebês, sem a curvinha interna, é uma característica comum na primeira infância.

Por isso, essa ausência de arco visível no pé, exemplificado na figura abaixo, é uma característica importante do pé infantil. A anatomia do pé da criança difere do pé adulto em vários aspectos e caracteriza-se principalmente pela sua flexibilidade. Por volta de 1 ano de idade, quando bebês normalmente começam a andar, o esqueleto do pé é constituído quase todo por cartilagens. São minúsculos ossinhos, chamados de centros ossificados, que são parcialmente interligados por tecidos moles: músculos, gordurinhas, cartilagens, tendões, etc.

Figura 2 – Comparação da estrutura dos pés

Ossos dos pés de criança e adulto

Comparação do esqueleto ósseo de adulto (a) e crianças (b). Nas crianças, o esqueleto do pé consiste em vários centros de ossificação rodeadas por cartilagem.

 

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Pezinhos de bisnaguinha

Para proteger esse pezinho flexível e frágil, existe nos pés dos bebês uma almofada de gordura que abraça essa estrutura do pezinho ainda fraquinha, por isso os pezinhos são tão fofinhos! A ossificação (a transformação da cartilagem em osso) e as alterações na forma do esqueleto do pé após a fase dos primeiros passos (o início da marcha independente) coincidem com a reabsorção desta almofada de gordura e também, com o processo de maturação dos músculos e ligamentos.

Já tinha parado para pensar no porquê dos pezinhos bisnaguinhas? Conforme os bebês crescem os pezinhos vão “emagrecendo” pois não precisam de tanta proteção mais.

Mas, não é tão simples e rápido assim, é um processo gradativo que se desenvolve temporalmente de maneira distinta de criança para criança. Por exemplo, há bebês que caminham com 10 meses de idade e bebês que caminham com 16 meses de idade, sendo que dentro desse intervalo de tempo é considerado um período normal para aprender a andar.

Desenvolvimento natural dos pés

O que precisamos atentar então é em relação aos estímulos que os pés recebem durante a fase de crescimento, pois esses estímulos serão responsáveis pelo desenvolvimento correto dos pezinhos, a base do corpo humano. Os pés se desenvolvem a medida que o sistema motor evolui, por isso, a primeira infância, etapa mais importante do desenvolvimento humano, também é a etapa mais importante para cuidado com os pés, para oferecer estímulos necessários para que toda a musculatura se desenvolva corretamente enquanto criança, para que se torne um adulto com uma base forte para sustentar todo o corpo para o resto da vida.

Temos um corpo pré-histórico vivendo em um mundo altamente moderno. Nosso corpo não evoluiu na rapidez com que criamos novas tecnologias e novos ambientes para viver. Fomos evoluídos para caminhar descalços em solo natural. Portanto, o ideal e natural para os primeiros anos de vida é que as crianças andem descalças na areia, grama, terra, e etc., como indica a Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica. Esse tipo de superfície causa uma instabilidade natural que faz com que toda a musculatura dos pés, externa e interna (responsável pela formação do arco plantar), se ative para manter o corpo em equilíbrio para depois dar o próximo passo.

No entanto, bebês urbanos quase não têm essa possibilidade, e essa, junto com o uso de calçados inadequados (grande maioria dos calçados disponíveis para um bebê calçar) são as grandes causas de mais de 70% das crianças chegarem aos 7 anos com problemas nos pés, como pés planos (pés chatos), pisadas tortas, dedos retraídos e etc. Por isso, pesquisadores doutores, após um grande estudo, desenvolveram o Noeh, um mini solo natural dentro de cada sapatinho para o correto desenvolvimento dos pés.

Problemas nos pezinhos

Variações de normalidade e verdadeiras deformidades nos pés são muito comuns na infância. Apesar de serem comuns, causam considerável ansiedade nos pais principalmente se o bebê já apresenta qualquer atraso no desenvolvimento motor ou se houver um histórico familiar de patologias como pés planos (pés chatos). A clara anormalidade do pé é frequentemente acusada de atraso no desenvolvimento motor, quando na verdade até mesmo as crianças com problemas graves não tratados, como pé torto (FIG. 3) ou joanete congênito, vão conseguir andar bem, mesmo com sua deformidade do pé, se o seu desenvolvimento motor for normal. Mal entendidos sobre a relação entre aparente deformidade do pé e a capacidade de andar são comuns e exigem um tratamento cuidadoso.

Distúrbios do desenvolvimento motor são frequentemente associados com anomalias nos pés, mas anomalia do pé raramente é a causa de atraso motor.

Embora a maioria dos problemas nos pés clinicamente observados na primeira infância (crianças até 5 anos de idade) seja uma variante normal ou condição que se resolve espontaneamente, a sua gestão exige um conhecimento claro da história natural do desenvolvimento do pé e a variabilidade aceita como pé normal.

Figura 3– Pé torto congênito

O pé torto congênito é uma má formação dos pés que se caracteriza pelo posicionamento em taco de golfe. Pode acometer os dois pezinhos (bilateral) ou somente um (unilateral). O tratamento é realizado ainda bebê e o método mais eficiente é o Método Ponseti.

Pisada pronada: tortinha

Porém, dentre as variações de normalidade, o pé chato ou pé plano gera inquietações dois pais especialmente em bebês, crianças, que ainda não caminham ou que estão apenas começando a andar devido à falta de entendimento sobre a evolução normal do arco longitudinal medial, como falamos anteriormente. Quando uma criança nasce, a posição mais comum do pé é valgus calcâneo, ou pronados (FIG. 4), sem arco medial aparente (FIG. 2), ou seja, pezinho sem a curvinha e “caído” para o lado interno.

Figura 4 – Posição valgus calcâneo, comum em pés dos bebês

A curvinha do pé, o arco longitudinal medial, até por volta de 2 a 3 anos de idade, normalmente não é visivelmente desenvolvido, assim, a aparência de pé plano nesta fase é considerado completamente normal. Um importante estudo prospectivo durante 25 anos nos afirma que as crianças progressivamente desenvolvem o arco dos pés na medida em que crescem. No entanto, o grande desafio consiste em distinguir entre o que seria uma variante normal e o que seria considerado patologia, por isso, se é algo que está te preocupando, é importante que você leve seu bebê ao pediatra e, caso necessário ao ortopedista pediátrico para avaliar os pezinhos!

Então papais, fiquem tranquilos, bebê com pé plano, pé chato, na primeira infância é considerado normal, independentemente de qualquer tratamento que possa ter, mas, atentem, os pezinhos dos bebês precisam de estímulos para que a curvinha apareça, é como musculação, precisa receber estímulos contínuos para que a musculatura fique forte e robusta! Fiquem atentos ao tipo de calçado que você calça no seu bebê e ao tipo de terreno que ele está se desenvolvendo.

Noeh, tecnologias para cuidar da vida!

Espero que tenham gostado! Se tiver dúvida é só perguntar!

Um abraço apertado, com carinho da Ana da Noeh

Dra. Ana Paula Lage. Pesquisadora, doutora, especialista em produtos pediátricos.

REFERÊNCIAS

FIXSEN, J. A. Problem feet in children. Journal of the Royal Society of Medicine. Vol. 91, p. 18-22, Jan. 1998.

HALLEMANS, Ann et al. Chances in foot-function parameters during the first 5 months after the onset of independente walking: a longitudinal follow-up study. Gait & Posture. Vol.23, p. 142-148, 2006.

OZLEM, E.I.; AKCALI, O.;  KOSAY, C.; KANER, B.; ARSLAN, Y.; SAGOL, E. et al. Flexible flatfoot and related factors in primary school children: a report of a screening study. Rheumatol Int. 26, p. 1050-1053, 2006.

SULLIVAN, J. A. Pediatric flatfoot: Evaluation and management. J Am Acad Orthop Surg. 1999; 7: 44-53.

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