Quando o assunto são as malformações congênitas, há sempre um grande receio dos pais. Isso porque muitas condições são incompatíveis com a vida ou prejudicam muito o bem-estar da criança. Hoje, nós vamos conversar sobre a espinha bífida!
Primeiramente, é preciso deixar bem claro que é, de fato, uma condição compatível com a vida — e é uma vida longa! Além disso, apresenta alta incidência, sendo, portanto, um problema comum.
Antes de tudo, a espinha bífida representa 75% das malformações que acometem o tubo neural. Mal, afinal, o que caracteriza essa condição? E será que tem como preveni-la? Continue a leitura!
Entenda o que é a espinha bífida
Durante as primeiras semanas da gestação, existe um período muito importante chamado embriogênese. É nele que ocorre a formação básica do corpo humano, como surgimento dos órgãos e estruturação de folhetos.
Nesse sentido, é justamente a quarta semana da embriogênese que nos interessa para entender a espinha bífida. Na semana em questão, ocorre o fechamento do tubo neural. Porém, se houver um defeito no fechamento ósseo posterior, teremos um problema.
Então, a espinha bífida consiste em um defeito do fechamento do tubo neural. As principais regiões que podem ser acometidas são: torácica inferior, lombar e sacral. Vale ressaltar que em 20% dos casos existe um outro defeito congênito associado.
Por fim, no que diz respeito às causas, existem diferentes possibilidades. A primeira delas é uma deficiência no folato. Outro fator que prejudica o fechamento do tubo neural é o uso de determinados medicamentos, como o valproato.
Conheça os tipos da condição
Como falamos anteriormente, a espinha bífida envolve o não fechamento da parte posterior das vértebras. Este fechamento é importante pois o canal vertebral abriga a medula espinhal. Portanto, sem o fechamento, a medula perde a contenção e a proteção.
No caso da espinha bífida oculta, existe um recobrimento pela pele. Porém, essa pele que recobre apresenta algumas características atípicas, como:
- áreas mais pigmentadas;
- assimetria e desvios;
- tufos de pelos.
Por outro lado, na espinha bífida cística, existe uma protrusão no local onde houve falha de fechamento. Este cisto pode conter apenas meninges — que são membranas do sistema nervoso central — ou também pode conter a própria medula espinhal.
No primeiro caso, a condição é chamada de meningocele. Já no segundo caso, denominamos mielomeningocele. O risco de complicação que ambas apresentam é o rompimento da bolsa que envolve as estruturas.
Abaixo, podemos ver uma representação de cada tipo!
Colocar aqui a imagem que está na pasta compartilhada do drive.
Saiba quais os possíveis sintomas da espinha bífida
Antes de especificar os sintomas, precisamos lembrar que a medula espinhal faz parte do sistema nervoso. É da medula que emergem diversos plexos e nervos responsáveis por inervar estruturas no organismo.
Portanto, nos casos de mielomeningocele, pode ocorrer paralisia e alteração da sensibilidade das estruturas localizadas abaixo da lesão. Um sinal frequente, por exemplo, é a diminuição do tônus do reto — a porção final do intestino grosso.
Outro exemplo de sintoma neurológico envolve a bexiga. Caso a inervação dela seja acometida, temos uma condição conhecida como bexiga neurogênica. Então, pode haver dificuldades para contenção da urina e, ainda, refluxo urinário.
Por último, e não menos importante, existem também os sintomas no sistema ósseo e muscular. A falta de inervação dos músculos pode causar atrofia nas pernas. Além disso, o baby pode nascer com problemas ortopédicos, como pé torto e deslocamento de quadril.
Veja como é feito o diagnóstico da espinha bífida
Para o diagnóstico da condição, em síntese, os exames de imagem têm grande importância. Devemos nos lembrar dos diferentes tipos de apresentação e, por isso, nem sempre haverá uma protrusão cística evidente.
No caso da espinha bífida oculta, a ressonância magnética e a ultrassonografia podem ser decisivas para o diagnóstico. Além disso, é preciso avaliar se existem malformações na coluna, no quadril e nos membros inferiores. Nestes casos, a radiografia contribui para detecção.
Portanto, os exames podem determinar não só diagnóstico, como também indicar prognóstico. A pressão com que a urina entra na bexiga, por exemplo, é um dos parâmetros para avaliar o curso da condição.
Por fim, a imagem cerebral também é importante para avaliar se existe um quadro de hidrocefalia associado.
Descubra se há tratamento
Quando o assunto é tratamento, tudo deve ser devidamente individualizado e analisado. Geralmente, é preciso realizar a correção cirúrgica da lesão espinhal. Além disso, deve haver a correção das lesões que forem consequentes à espinha bífida.
Neste caso, devem ser avaliadas as complicações ortopédicas e urológicas. A amplitude da abordagem vai depender do quanto a medula foi comprometida e quão graves são as lesões associadas.
Embora tenhamos reforçado os tratamentos cirúrgicos, não podemos esquecer a importância de uma equipe multidisciplinar. Todos os profissionais envolvidos devem esclarecer as dúvidas da família, além de explicar sobre a condição e a necessidade de um cuidado continuado.
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Vimos acima que alguns problemas ortopédicos podem acometer as crianças que nascem com espinha bífida. Apesar de existir maneiras de correção cirúrgica, não podemos nos limitar apenas aos procedimentos!
Por isso, imagine como seria benéfico o uso de sapatinhos feitos exclusivamente para os babies! Neste caso, estamos falando de maior segurança, conforto e equilíbrio para os primeiros passos. Afinal, vamos concordar que uma criança não se trata de um adulto pequeno, certo?
Acima de tudo, os sapatinhos devem ser projetados visando garantir o desenvolvimento correto dos pezinhos. Os calçados Noeh contam com todas as qualidade que devem encontrar em um sapato de bebês.
Porém, vai muito além do que foi dito! A tecnologia envolvida em sua produção o torna um sapatinho biomimético. Assim, ele simula uma caminhada na grama ou na terra, ou seja, os ambientes ideais para desenvolvimento dos pezinhos.
Viu só como a espinha bífida engloba uma série de cuidados continuados? Primeiro, a prevenção deve ser estimulada, sobretudo por meio da suplementação de folato antes da gestação e no início dela.
Finalmente, se o baby desenvolva a condição, a família deve ser devidamente instruída sobre os cuidados diários, como sonda vesical, uso de medicamento, prevenção de lesões e, claro, a escolha dos sapatinhos ideais para o desenvolvimento do baby.
Agora, que tal conhecer um pouco mais sobre o sapatinho feito exclusivamente para quem está dando os primeiros passos?
Referências
O cuidado da criança com espinha bífida pela família no domicílio. Revista de Enfermagem.
Defeitos de fechamento do tubo neural e fatores associados em recém-nascidos vivos e natimortos. Jornal de Pediatria.
Espinha bífida. Manual do Ministério da Saúde.