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Infecção de ouvido em crianças: como é feito o tratamento?

Só quem já sentiu uma dor de ouvido sabe o quanto isso é ruim… agora, imagina para as crianças! Assim, não é de se espantar que os pais procurem soluções rápidas e práticas para uma infecção de ouvido.

Porém, existe uma série de fatores associados ao quadro e que vão além do tratamento! Na verdade, entender a anatomia do ouvido é muito esclarecedor até para diminuir o risco de novas infecções.

Você sabia, por exemplo, que existe uma comunicação entre a região oral e de audição? Pois bem, compreender isso fornece uma importante ferramenta para redobrar o cuidado com o baby. Continue a leitura!

Entenda um pouquinho de anatomia

Já que o assunto é anatomia, vamos começar por essa parte! Primeiro, é preciso entender que a orelha é dividida em 3 regiões: externa, média e interna. De fato, as 3 podem ser acometidas com algum tipo de otite.

A região externa vai desde o pavilhão — chamado popularmente de “orelha” — até a membrana timpânica. É muito comum que as otites externas ocorram no verão, sobretudo pelo risco aumentar com umidade.

Já a orelha média compreende a região entre a membrana timpânica e a cóclea. Aqui, existe uma estrutura muito importante: a tuba auditiva. Essa tuba é uma comunicação entre a parte auditiva e a nasofaringe, que fica justamente na região nasal.

A função básica da tuba é equalizar a pressão de dentro com a de fora. Porém, é uma maneira que a orelha se comunica com a parte nasal que, por sua vez, se comunica com a oral. Viu como tudo se interconecta?

Por isso, vamos ressaltar 2 pontos importantes. O primeiro deles é que secreções nasais, como a própria coriza, podem acabar atingindo a orelha média. Segundo, que o leite materno pode acabar chegando lá também — se houver o hábito de mamar deitado.

Por fim, a orelha interna quase não está associada com as otites. Mas infecções nessa parte são muito mais graves e podem acometer o sistema nervoso central.

Saiba quais são os tipos de otite

Entender essa divisão ajuda a compreender quais são os tipos de infecção de ouvido. Confira!

Otite externa

Portanto, como vimos na anatomia, o acometimento se limita à membrana timpânica. Logo, é uma doença do canal auditivo. Geralmente, está associada a redução dos mecanismos de defesa, como alteração de pH, cerume, dentre outros.

Ela é comum no verão, quando a região tende a ficar mais úmida pelos banhos de piscina, de cachoeira ou de mar. É preciso avaliar, ainda, se é realmente uma otite externa difusa ou se pode ser alguma outra condição, como:

  • furunculose em algum pelinho da região;
  • infecção do próprio pavilhão auditivo;
  • infecção causada por fungos.

Otite média

Aqui, a mais comum vai ser a chamada otite média aguda. O grande detalhe é que o risco de infecção é bem maior no inverno. Isso porque costuma ser decorrente de alguma gripe, resfriado ou outra infecção daquela área.

Lembra que as regiões se comunicam? Pois é! Dessa forma, mesmo que o quadro gripal tenha sido solucionado, pode ser que alguma secreção atinja a orelha média e inicie uma infecção de ouvido.

Em alguns casos, principalmente naquelas provocadas por bactérias, existe um risco de supuração, popularmente conhecido como “purgar”. No mais, é importante passar por avaliação médica para definir o melhor tratamento.

Existe, também, o risco de a infecção cronificar. Isso acontece quando a tuba apresenta mau funcionamento e a infecção vai se perpetuar. Aqui, é essencial que a criança seja avaliada por um otorrinolaringologista. 

Veja alguns sintomas comuns

O sintoma mais clássico de uma infecção de ouvido é a dor. Porém, nem sempre é fácil que a criança relate isso — sobretudo os bebezinhos. Então, vai a dica de ouro: preste muita atenção no choro do baby.

De fato, ele não indica especificamente que existe uma dor no ouvidinho. Porém, ele ativa o alerta dos pais e dos médicos para investigar algo de errado. Mas não é só isso! A febre também é comum, uma vez que o corpo tenta combater a infecção.

Em alguns casos, pode haver otorréia, ou seja, a presença de secreções auditivas. Isso pode ser visto, por exemplo, na otite supurada. Já nas infecções fúngicas, uma das manifestações clássicas é a coceirinha no ouvido.

De forma geral, o baby pode ficar um pouco mais agitadinho ou irritado. Já as crianças maiores podem ficar mais prostradas e quietinhas. E não se esqueça: é comum que a infecção ocorra após um quadro gripal. Logo, lembre-se de relatar se a criança apresentou manifestações típicas, como tosse e coriza.

Descubra o tratamento para infecção de ouvido

Enfim, é hora de dar alívio para os pequenos e para os pais! Antes de tudo, saiba que a avaliação médica é essencial para determinar o tratamento. Isso porque ele começa no diagnóstico, que se baseia na história trazida pelos pais e no exame físico.

Por meio de um otoscópio, o médico avalia como está o conduto auditivo e as características da membrana timpânica. Nisso, já é possível detectar se é um problema na orelha externa e/ou na média.

É importante, também, tentar determinar qual o agente responsável pela infecção de ouvido: vírus, bactéria ou fungo? Lembre-se que isso é importante para diferenciar o tratamento, uma vez que os antimicrobianos serão específicos de cada tipo.

Entenda o tratamento para infecção de ouvido viral

No quadro viral, não tem muito o que fazer além de combater sintomas. Alguns medicamentos atuam como analgésicos e, também, antitérmicos. Já nos bacterianos, o uso de antibiótico se faz necessário e, se for um quadro fúngico, é o momento de usar antifúngicos.

No mais, tenham bastante paciência ao longo do tratamento. Isso porque os medicamentos demoram alguns dias para fazer efeito. Porém, se houver piora aparente, não hesite em procurar, de novo, o médico responsável.

Por fim, vamos dar 2 dicas importantes para prevenir a infecção de ouvido. Primeiro, é a respeito do aleitamento. Como a tuba auditiva das crianças é mais horizontalizada, se o baby amamentar deitado, há maior risco de ir para a orelha média. Então, deixe ele um pouquinho inclinado ou sentado. E não se esqueça: vacinação. A vacina conjugada de pneumococo reduz 29% das otites causadas por essa bactéria.

Agora, que tal descobrir quais as principais infecções respiratórias nas crianças?

Referências

Otite média aguda na infância: diagnóstico. Sociedade Brasileira de Pediatria.

Otite média aguda em crianças. Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 

Otite média aguda em pediatria. Sociedade de Pediatria de São Paulo.

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