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Conheça 3 problemas comuns nos pezinhos dos bebês

O desenvolvimento da criança engloba uma série de fatores, por isso, existem condições que são entendidas como problemas comuns nos pezinhos dos bebês. Nem sempre são problemas de fato e sim, só parte de um processo de desenvolvimento muscular e ósseo dos pezinhos. Como o pé é a base do nosso corpo, entender o que é natural nos pezinhos é importante pois interfere na caminhada, importante marco motor da criança, um dos principais de toda a vida. Imagine só como é para o baby iniciar a marcha… Isso abrange aspectos neurológicos, motores e, claro, anatômicos. 

Mas, muita calma, mãe! Primeiramente, nem sempre um pezinho diferente do que se espera é sinônimo de doença ou de conduta mais severa. Muitas condições desaparecem ao longo dos anos, na medida que a criança vai crescendo. Já outras podem requerer uma avaliação mais aprofundada, com diagnósticos diferenciais e intervenções.

Você já percebeu alguma característica diferente nos pezinhos ou na forma do seu baby caminhar? Continue a leitura e venha descobrir se enquadra nos problemas mais comuns da ortopedia pediátrica!

  1. Pé plano

O pé plano, também conhecido como pé chato, ocorre quando a criança ainda não desenvolveu a curvinha da lateral interna do pé. O motivo disso é que as crianças ainda não tem a musculatura e ossos dos pés totalmente desenvolvidos e, para proteger esse pezinho ainda frágil, a região fica preenchida por gordura, o famoso pé de bisnaguinha! Isso só começa a mudar quando a criança começa a andar e a musculatura dos pés se fortalecem. A curva do arco plantar é sustentada por músculos, um pezinho fraquinho ainda, pode não tê-la. Por isso, somente a partir dos 2 anos de idade é possível ter um arco do pé aparente, antes disso, dificilmente uma criança não terá o pezinho aparentemente plano. Por isso, é um dos tipos de problemas comuns nos pezinhos dos bebês.

Entretanto, será que existe algum prejuízo para o baby? A princípio, não. Porém, quanto mais tempo persistir, maior o risco de prejudicar a pisada, a ponto de causar desvios e predispor para complicações de todo o sistema musculoesquelético. A arco do plantar é nosso amortecedor, é a estrutura responsável por diminuir o impacto das caminhadas, corridas,  saltos, nos nossos ossos e articulações. Um pé mal desenvolvido, pode gerar dores e incapacidades na vida adulta.

Dentre os desvios estruturais mais comuns que o pé plano pode causar, podemos citar a pisada pronada. Como você pode ver abaixo, o posicionamento dos calcanhares caídos para dentro, muda o apoio natural dos tornozelos, joelhos e quadril, podendo gerar problemas futuros, além de aumentar o risco de queda e entorses. Em condições mais graves, o tornozelo pode tender a inflamar provocando, então, dores.

Mas, se sua criança é pequenininha, ainda não completou 4 aninhos, não se preocupe tanto com a aparência de pé plano. A tendência é regredir! O pezinho vai se fortalecendo, a camada de gordura vai sendo absorvida e a curvinha vai se formando e aparecendo! Mas, se até os 4-5 anos isso não acontecer, é prudente buscar avaliação de um especialista, não deixe pra depois, quanto antes estimular a formação da curvinha melhor!

Por isso, estímulos para “correção”, ou seja, fortalecimento dos músculos do arco plantar, são indicados desde quando a criança começar a ficar de pé:  caminhar na areia, na grama e até na terra são ótimos estímulos. Isso, pois estes tipos de superfície são instáveis, se modificam quando a criança pisa, fazendo com a criança precise fazer maior esforço muscular para se manter em equilíbrio. Isso ajuda o desenvolvimento do arco plantar, reduzindo os riscos de complicação do pé chato na vida adulta.

Com o fortalecimento da musculatura e diminuição do tecido adiposo, os pezinhos planos tendem a regredir. Caso isso não ocorra, busque ajuda médica.

  1. Dedos retraídos

Agora, o foco não vai ser o formato do pé em si, mas o posicionamento dos dedinhos. Existe uma condição conhecida como dedos retraídos, ou dedos em martelo, que dedo do pé da criança adota uma posição curvada e em forma de Z. Complicado de entender? Veja na imagem abaixo!

Geralmente, a condição acomete com maior frequência o segundo dedo. Uma das causas comuns é a presença de um metatarso grande, ou seja, um dos ossos do pé mais longo que o habitual, a ponto de prejudicar no alinhamento das articulações do dedinho.

Vale ressaltar que existem alguns diagnósticos diferenciais importantes, como artrite reumatoide e até mesmo o uso de calçados que não se ajustam bem. Então, muito cuidado ao escolher os calçados do baby, ok?

Voltando ao dedo retraído, será que existe algum sintoma preocupante? Bem, a dor é uma manifestação frequente e que causa bastante desconforto, principalmente quando há uso de sapatos estreitos ou apertados. Ah, não é apenas o dedo que dói, mas sim a sola do pé como um todo.

Um simples exame físico realizado pelo médico já pode confirmar o diagnóstico da condição. Mas é importante que o profissional esteja atento para excluir artrite reumatoide como causa, visto que ela provoca anormalidades permanentes em até 80% dos pacientes.

Por fim, será que existe tratamento? Sim, algumas medidas podem aliviar o desconforto, como sapatos mais largos e almofadas protetoras para os dedos. No mais, fica a orientação: procure sempre um especialista para avaliar as melhores condutas para o caso.

  1. Caminhada em pontas

Constantemente, a caminha em pontas, ou marcha equina, é um dos problemas comuns nos pezinhos dos bebês e uma queixa frequente nas consultas pediátricas. Neste caso, a criança apresenta uma tendência a caminhar na ponta dos pés. Na verdade, na maioria das vezes é um movimento espontâneo.

Então, se for para descrever a marcha equina, ela representa a ausência de contato do calcanhar do baby com o chão enquanto ele caminha. Esta caminhada é considerada persistente caso não haja regressão até os 2 anos, quando normalmente já há o apoio plantar no chão.

Já os impactos para a criança estão associados com a dor nas perninhas e maior risco de quedas. Há também certa relação com o aspecto psicossocial, pois pode ser motivo de bullying de outras crianças.

Para o diagnóstico, são avaliados alguns aspectos, como:

  • envolvimento dos 2 pés;
  • simetria;
  • duração superior a 3 meses
  • acometimento de ¼ do tempo de marcha. 

Além disso, é necessário que o especialista esteja atento para descartar causas como transtorno do espectro autista, paralisia cerebral ou distrofia muscular congênita. Mas, calma mamães e papais, andar na pontinha dos pés é super comum entre as crianças e não é preocupante, estima-se que 7 a 24% das crianças andam nas pontinhas dos pés sendo somente por hábito, por uma busca de equilíbrio durante os primeiros anos de vida.

Dessa forma, feito o diagnóstico, precisamos considerar as condutas, lembrando que os problemas comuns nos pezinhos dos bebês podem fazer parte de etapas do desenvolvimento da criança. Na maioria das vezes a condição é temporária e pode ser beneficiada pela fisioterapia e uso de calçados adequados. Se até os 5 anos não regredir, não deixe de buscar ajuda médica.

BÔNUS: Dedo em gatilho

Por fim, vamos comentar sobre o dedo em gatilho, que não tem muito a ver com os pezinhos, mas que é uma queixa frequente do sistema esquelético dos babies.

Afinal, nas crianças, observamos que o principal dedo afetado é o polegar, sendo 10 vezes mais comum que nos demais dedinhos. É importante considerar esta característica pois, geralmente, se houver outros dedos em gatilho, pode ser sugestivo de síndrome cromossômica, como a trissomia do 18.

Mas, afinal, o que é dedo em gatilho? Nesta condição, existe o espessamento de um dos componentes da articulação do dedo, com a formação de um pequeno nódulo que prejudica o deslizamento do tendão.

Agora, imagine que a criança tente fechar e abrir as mãos. Se o dedinho não conseguir voltar para a posição inicial, ou seja, não sair da flexão, é como se ele permanecesse “em gatilho”. Um pouco confuso, não é? Então veja abaixo o sinal da condição.

Conforme falamos, a causa do problema é uma disfunção da articulação interfalangeana, mas você não precisa se preocupar em decorar este nome! Entenda apenas que quanto maior a tendência em permanecer travado, maior a gravidade.

Assim, dentre as queixas, as crianças podem reclamar de desconforto no próprio dedo ou na palma da mão. Habitualmente, os sintomas são piores pela manhã, pois durante a noite a noite não foram feitos muitos movimentos. Ah, você também pode notar certo inchaço na região.

Atualmente, o tratamento ainda é controverso: alguns autores defendem cirurgia e outros são mais conservadores. Em suma, a orientação é aguardar até os 3 anos de idade e observar se houve resolução do caso. Após isso, a conduta mais indicada é a cirúrgica.

Finalmente, você deve ter reparado que o desenvolvimento dos pezinhos e da marcha é fortemente influenciado pelos calçados dos babies. Então, como proporcionar uma melhor experiência para seu filho? Nós da Noeh somos muito comprometidos com esta missão! Por isso, desenvolvemos as melhores tecnologias para caminhar junto aos pequenos rumo ao desenvolvimento saudável. 

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Referências

Pé chato – Quando os pais devem se preocupar. Sociedade brasileira de ortopedia pediátrica. 

Saiba quando é preciso tratar pé chato. Dráuzio Varella. 

Dedo do pé em martelo. Ministério da Saúde- Versão para a Família. 

Dedo do pé em martelo. Ministério da Saúde- Versão para Profissionais. 

Artrite reumatoide. Ministério da Saúde – Versão para Profissionais. 

Andar na ponta dos pés: conheça o problema que atinge crianças do Brasil. Mais Você. 

Marcha em pontas idiopática em idade pediátrica. NASCER E CRESCER — Revista de Pediatria do Centro Hospitalar do Porto.

Sucesso do tratamento conservador do polegar em gatilho em crianças após seguimento mínimo de cinco anos. Revista Brasileira de Ortopedia.

Polegar em gatilho congênito. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. 

Dedo em gatilho em criança – O polegar em gatilho congênito.

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