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Síndrome de Down: como ela afeta os pezinhos?

Na medicina, quando uma condição é caracterizada como síndrome, significa que ela tem sinais e sintomas bastante característicos. Assim, o conjunto deles vai determinar o diagnóstico. Hoje, vamos falar sobre a Síndrome de Down e como ela afeta os pezinhos!  O que você sabe sobre ela?

Antes de tudo, ela é a condição cromossômica mais frequente nos seres humanos. Felizmente, com o avanço da medicina, hoje, a expectativa de vida chega aos 65 anos. Um vida pra viver junto, não é mesmo? Mas, para isso, é preciso manter um acompanhamento adequado. Saiba mais!

Entenda o que é a Síndrome de Down

Primeiramente, como estávamos dizendo, a Síndrome de Down é a condição genética mais vista na sociedade. Temos uma cadeia de códigos no nosso corpo que comanda cada coisa como deve ser, é o nosso código genético. Quando alguns desses códigos se modificam, temos as variações. A variação da Síndrome de Down está relacionada com a trissomia do cromossomo 21. Geralmente, temos apenas 2 cromossomos 21. Porém, quem tem Down, tem um a mais… Em outras palavras, nos códigos da genética de quem tem Down, na “linha 21”, ao invés de ter 2 informações, possui 3, o cromossomo do amor!

A incidência da síndrome gira em torno de 1 nascido vivo a cada 650 a 1000 gestações. A probabilidade varia de acordo com a idade da gestante, ou seja, quanto mais velha, maiores as chances de ocorrer a mutação.

Além disso, a síndrome também é a causa mais prevalente de deficiência intelectual. Isso mostra um dos impactos na qualidade de vida do paciente. Para ficar mais claro, uma pessoa com Down apresenta uma lesão difusa no sistema nervoso.

Consequentemente, a comunicação elétrica entre os neurônios fica acometida. Assim, o desenvolvimento cognitivo é diretamente afetado, diminuindo algumas habilidades e comprometendo a fala. 

Embora essa característica seja marcante na síndrome, não podemos esquecer que a intensidade da manifestação pode variar. Isso vai depender de inúmeros fatores, incluindo como é feito o acompanhamento.

Saiba quais são os sinais e sintomas

Lembra quando dissemos que é o conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma síndrome? Pois é! Vamos ver agora quais são aqueles associados à Síndrome de Down.

Atualmente, em 100% dos casos percebemos o impacto no sistema nervoso em diferentes níveis.

Nesse ínterim, é importante ressaltar que existem medidas para melhorar o desenvolvimento psicomotor e cognitivo, aumentando a qualidade de vida das crianças. A terapia ocupacional, a fisioterapia e a fonoaudiologia, por exemplo, auxiliam diretamente no desenvolvimento das crianças.

Mas, voltando aos sinais e sintomas, quais outros estão presentes na síndrome em questão? Existem algumas características físicas que chamam a atenção no momento do diagnóstico, como:

  • rostinho mais achatado;
  • orelhinhas mais arredondadas;
  • uma única prega na palma da mão;
  • dedo mindinho um pouco menor que o habitual;
  • olhinhos mais oblíquos.

Bem, são alguns sinais que chamam a atenção no momento do diagnóstico. Além dos aspectos físicos, também são muito relatados comprometimentos auditivos, ortodônticos e cardíacos.

Para finalizar, não podemos deixar de mencionar a hipotonia. Mas o que isso significa? Isso quer dizer que o tônus muscular está diminuído. Na prática, vemos uma criança com músculos mais fracos/flácidos e com menos força.

Veja como a síndrome de down afeta os pezinhos

Acabamos de ver acima algumas características da Síndrome de Down. Agora, vamos fazer uma reflexão: como será que a hipotonia pode influenciar nos pezinhos e, consequentemente, na caminhada?

Distúrbios no sistema musculoesquelético

O sistema musculoesquelético é composto por uma série de componentes que viabilizam a movimentação e a sustentação. Então, estamos falando de ossos, músculos e articulações (tendões e ligamentos).

Portanto, qualquer fragilidade em um desses componentes pode prejudicar a locomoção de alguma forma. Nos pacientes com Down, isso não é diferente! Quando olhamos para as estatísticas, cerca de 27% pacientes com a síndrome apresentam algum distúrbio musculoesquelético.

Aprofundando a análise, 30% destes distúrbios estão nos pezinhos. Este dado é muito expressivo! Entendeu a importância de falarmos sobre como a Síndrome de Down afeta os pezinhos? Agora, se formos identificar as 2 condições mais vistas, estaremos lidando com hálux valgo e pé plano.

O hálux valgo é popularmente conhecido como joanete. Sabe quando o dedão do pé está voltado em direção aos outros dedinhos? É exatamente essa a manifestação! Isso causa dor e rigidez nos pezinhos.

Já o pé plano é a condição que não forma aquela curvinha na lateral interna da sola do pé. Isso também prejudica o andar! Além disso, está correlacionado com a frouxidão de ligamentos e com a hipotonia dos músculos.

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Repercussão dos distúrbios musculares e ósseos para a criança

E o impacto para a criança? Ambas as condições resultam em uma caminhada mais instável, acompanhada de muita dor e dificuldade para usar os sapatinhos se nada for feito para diminuir essas consequências.

Lembra que na Síndrome de Down o sistema nervoso está comprometido? Pois é! Como os neurônios que detectam a dor são mais lentificados, quando a criança relata dor quer dizer que está muito intensa! Tudo isso acaba sendo muito limitante para os pequenos!

Logo, é importante estimular o fortalecimento muscular dos pezinhos desde os primeiros passos para minimizar dores futuras. Dessa forma, buscar meios que estimulem a formação muscular dos pés, criando desafios para um maior uso da musculatura é um caminho importante a ser seguido.

Em suma, temos como indicação a caminhada descalça na areia, na grama, na terra, em superfícies naturais que se modificam quando a criança anda. Esse tipo de terreno causa uma instabilidade natural nos pés o que requer da criança maior esforço para se manter em equilíbrio, e, dessa forma, contribui para o fortalecimento e desenvolvimento ideal dos pés. 

Conheça as alternativas existentes

Assim como as opções naturais, também há alternativas terapêuticas, como o uso de tapetes especiais, camas elásticas, colchões e demais produtos que possibilitam esse esforço muscular a mais para o desenvolvimento correto dos pés. Portanto, se a síndrome de down afeta os pezinhos, nada mais justo que estimulá-los para evitar problemas.

Há também um calçado que proporciona uma caminhada descalça semelhantemente na areia da praia que auxilia esse fortalecimento, o Noeh. Juntamente com as terapias, pode ser uma ferramenta importante para estimular o fortalecimento do pezinho e melhora do equilíbrio geral de crianças com Down. Uma pesquisa realizada junto com a UnB e o instituto CrisDown está sendo feita para mapear os benefícios do uso desse sapatinho na caminhada e desenvolvimento dos pés de crianças com Down.

Quer saber mais? Entre em contato com a gente.

Descubra como é o diagnóstico e acompanhamento

E o diagnóstico? Será que existe algum exame específico para confirmação? Em síntese, a suspeita surge a partir dos sinais e sintomas característicos da síndrome. 

Uma vez que a hipótese diagnóstica é levantada, é preciso realizar um estudo do cariótipo. Isso significa analisar a composição genética do indivíduo, os códigos que comentamos lá em cima. Assim, caso haja trissomia do cromossomo 21, é feita a confirmação.

Agora, estamos em um momento crucial da assistência em saúde: o aconselhamento genético. É neste momento que a comunicação entre as equipes envolvidas e a família ganha força.

Acima de tudo, sabemos que é um momento muito delicado, sobretudo por causa das incertezas e da falta de conhecimento aprofundado sobre o assunto. Por isso, é importante realizar um trabalho multidisciplinar para instruir a família sobre a síndrome.

Dessa forma, a equipe auxilia a família e o paciente a se adaptarem a esta realidade. Embora exista o comprometimento do sistema nervoso, com o acompanhamento adequado é possível desenvolver a neuroplasticidade.

Entenda a neuroplasticidade

Neuro o que? Calma, vamos explicar! A neuroplasticidade é a capacidade de adaptação e desenvolvimento do sistema nervoso. Então, as competências sociais e cognitivas podem ser otimizadas de acordo com a assistência oferecida ao paciente.

Por fim, não podemos nos esquecer dos pezinhos! Se não for estabelecido um tratamento desde a infância, o problema pode se agravar na vida adulta. Então, a Síndrome de Down é uma condição que exige o diagnóstico precoce para que, desde o princípio, seja estabelecido o acompanhamento adequado. Isso vai proporcionar uma melhor qualidade de vida para o paciente e para toda a família.

Seu filho com Down, se bem acompanhado, pode ter uma vida normal como todos nós! O diagnóstico é só um ponta pé para que se inicie os estímulos!

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Referências

Diretrizes de atenção à saúde de pessoas com Síndrome de Down. Sociedade Brasileira de Pediatria.

Foot and ankle deformities in children with Down syndrome. Journal of Children’s Orthopaedics. 

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