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Transtornos do neurodesenvolvimento

O que são Transtornos do Neurodesenvolvimento? Como eles afetam a saúde do bebê?  

Com o avanço da medicina e da tecnologia está havendo uma explosão de informações sobre o desenvolvimento das crianças nas última décadas. É difícil pensar que somente há 50 anos atrás, descobriu-se que o feto é vulnerável à exposições externas. Apesar disso, não se tem uma causa única para os Transtorno do Neuro Desenvolvimento (TND) então como detectá-las?

Vamos conversar para tentar responder um pouco dessas perguntas. Muito prazer, eu sou a Liria, Diretora de Pesquisa da Anamê e, juntos vamos caminhar neste mundo dos bebês nos seus primeiros 1000 dias…

Cérebro do bebê: miniatura do adulto?

Primeiramente, o cérebro do seu bebê não é como o cérebro de um adulto, ou mesmo uma réplica em miniatura dele. Se o cérebro do seu bebê fosse igual a de um adulto, nascer naturalmente seria praticamente impossível, pelo tamanho da cabeça do bebê.

Em outras palavras, o cérebro do seu bebê é um sistema em contínuo desenvolvimento que cresce, algumas vezes imensamente! E, este sistema está sujeito a modificações e conexões devido a estímulos contínuos que são fornecidos pelo ambiente ao qual a criança está se desenvolvendo.

É importante conhecer o desenvolvimento do sistema nervoso e seus diferentes estágios, para poder entender as alterações causadas de um desenvolvimento cerebral anormal ou mesmo por uma lesão num estágio bem precoce da vida. Dependendo de quando essas anormalidades ou lesões acontecem (durante a gestação, no período pré natal, ou na primeira infância), o impacto sobre o desenvolvimento da criança vai variar.

Transtornos do Neurodesenvolvimento: definição

A Organização Mundial da Saude define Transtornos do Neuro Desenvolvimento como “disfunções comportamentais e cognitivas que surgem durante o período de desenvolvimento que envolve dificuldades significativas na aquisição e na execução especificas de funções intelectuais, motoras e sociais”. A etiologia desses transtornos são multifatoriais, complexas e não claras o suficiente para elucidar a  grande porcentagem de casos.

A prevalência como grupo varia entre 5 a 20% da população. Devido a grande diversidade do impacto funcional desses transtornos a nível individual, um cuidado efetivo das pessoas que são afetadas por qualquer dessas desordens requer a participação e coordenação entre profissionais de diferentes áreas assim como agências não governamentais e governamentais.

Transtornos do Neurodesenvolvimento

Portanto, o termo Transtornos do neurodesenvolvimento define desordens crônicas que afetam a função do SNC durante o período de desenvolvimento nos domínios de atividades motoras, cognição, comunicação e/ ou comportamento.  Sob essa definição, um grupo de desordens foram caracterizados: atraso e/ou regressão no desenvolvimento, disfunções intelectuais, paralisia cerebral, epilepsia, autismo, disfunções de aprendizagem específicas, desordens de linguagens, déficit de atenção/hiperatividade, surdez e cegueira.

O agrupamento dessas desordens no tema Transtornos do Neuro Desenvolvimento (TND) não reflete distinções entre as entidades biológicas mas, sim identificar um grupo de pacientes que necessita de serviços especializados. Esses TND pode ser resultados de muitas causas como: lesões hipoxi-isquemicas, traumas, exposição à toxinas, infecções, maturação imunológica, nutricional, metabólica, genética e/ou estrutural; desordens oncológicas e iatrogênicas podem causar limitações definidas pelo TND.  A ênfase em limitações funcionais serve como um guia para estabelecer programas e serviços especializados.

Transtornos do Neurodesenvolvimento: dificuldades de diagnóstico precoce

É muito incomum o Transtorno do Neuro Desenvolvimento acontecer sozinho. Nesse sentido, disfunções em uma área é frequentemente acompanhada de disfunções em outras áreas levando a dificuldades e em múltiplos diagnósticos. Em estudos baseados em populações especificas, a maioria das crianças com déficit de atenção tem problemas de linguagem além de uma sobreposição substancial de Autismo e Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade entre outros exemplos (Ismail e Shapiro, 2019).

Devido a essas sobreposições de diagnósticos, alta taxa de disfunções coexistentes e, estratégias similares de tratamentos, a independência clinica e biológica das desordens no TND tem sido questionada. Como resultados, programas de tratamento de saúde publica falham devido ao diagnostico incorreto e/ou ao não endereçamento associado à disfunção.

Transtornos do Neurodesenvolvimento: tratamento

Não há cura para os TND. Estratégias de tratamento e intervenções trabalham para amenizar as limitações funcionais e, aumentar a participação muito mais que definir o mecanismo da doença. Além do mais, a natureza dinâmica do desenvolvimento cerebral e sua seletiva vulnerabilidade ao longo do tempo, por meio de redes neuronais, funções e contextos impactam no comportamento. Um exemplo é o efeito da maturação cerebral na identificação de disfunções ao longo do tempo. Em crianças prematuras, por exemplo, dificuldades cognitivas e acadêmicas não são evidentes no nascimento ou logo após mas, muito mais tarde, quando as características cognitivas normais para a idade falham ao emergir. Como resultado, intervenções no momento da lesão (ex: evento isquêmico cerebral) raramente prediz as consequências a longo prazo.

O fluxo das disfunções cerebrais também limitam o acesso e o prognóstico. Em algumas disfunções e em função da maturação cerebral, uma disfunção comportamental primaria pode melhorar, piorar, flutuar ou se manter estável. Portanto, a habilidade de identificar biomarcadores confiáveis e objetivos da terapia é uma atividade desafiadora. Com o avanço da neurociência, TND podem ser diagnosticas por meio de testes de imagens, moleculares e genéticos entretanto, ainda em alto custo e inviável para a população como um todo (Airaksinen et al, 2020).

A importância da primeira infância

Como descrito anteriormente, os Transtornos do Neuro Desenvolvimento não tem cura. Estratégias de tratamento e intervenções trabalham para amenizar sintomas, minimizar limitações funcionais e aumentar a participação da criança na sociedade.

A Primeira Infância compreende a fase dos 0 aos 6 anos e é um período crucial no qual ocorre o desenvolvimento de estruturas e circuitos cerebrais, bem como a aquisição de capacidades fundamentais que permitirão o aprimoramento de habilidades futuras mais complexas.

Crianças com desenvolvimento integral saudável durante os primeiros anos de vida têm maior facilidade de se adaptarem a diferentes ambientes e de adquirirem novos conhecimentos,. Dessa forma, contribuindo para que posteriormente alcancem realização pessoal, vocacional e econômica e se tornem cidadãos responsáveis. Desde o início da vida, a criança deve ser considerada em sua individualidade, como sujeito ativo do seu desenvolvimento capaz de se expressar, interagir e brincar tanto por iniciativa própria como em resposta a estímulos externos.

A importância dos estímulos e experiências

O Núcleo de Ciência pela Infância  desenvolveu um estudo sobre o impacto do desenvolvimento da primeira infância sobre a aprendizagem que traz informações muito pertinentes não só sobre a aprendizagem mas para todo o desenvolvimento da criança. Evidências científicas nas áreas das ciências biológicas e sociais demonstram que oferecer condições favoráveis ao desenvolvimento infantil é mais eficaz e menos dispendioso do que tentar reverter ou mitigar os efeitos das adversidades precoces posteriormente.

A razão para isso é que nos primeiros anos de vida o cérebro apresenta maior plasticidade. Assim como, cada experiência aprendida pode ser usada como alicerce para a fase seguinte. Fazendo com que o leque de conhecimentos e habilidades cresçam ao longo do tempo. Portanto, déficits que eventualmente surjam em determinado momento podem aumentar com o passar dos anos, necessitando investimentos, tanto pessoais quanto econômicos, políticos e sociais.

Quanto maior o déficit produzido, mais custoso é remediá-lo posteriormente, de modo que desigualdades produzidas na primeira infância acabam por contribuir significativamente para a desigualdade social percebida na vida adulta. Por isso, a Anamê foi criada, para desenvolver produtos centrados na criança nos seus primeiros mil dias.

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Anamê, tecnologias para cuidar da vida!

Espero que tenham gostado! Se tiver dúvida é só perguntar que iremos te responder!

Um abraço apertado, com carinho da Liria da Anamê

Dra. Liria Okai-Nóbrega. Pesquisadora, Doutora em neurociências e pós doutora em ciências da Reabilitação.

 

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