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O uso de telas na infância faz mal para o meu filho?

Você já viu uma criança com celular ou tablet na mão? Nos dias atuais, vemos esses equipamentos serem incorporados na rotina dos pequenos cada vez mais cedo. Afinal, será que é adequado o uso de telas pelas crianças?

A infância é um período de intenso desenvolvimento. Por isso, é justamente nos primeiros 1000 dias que a criança alcança importantes marcos nas diferentes competências — linguagem, cognição, motricidade e emocional.

Nessa perspectiva, os sentidos são essenciais para modelar estrutura e ciclos neurobiológicos. O toque, o aconchego, o olho no olho e o paladar são apenas alguns fatores que estimulam a produção de neurotransmissores e conexões. E o que as telas têm a ver com isso?

Veja o perigo das telas na infância

Como dito, os equipamentos de multimídia são introduzidos na rotina das crianças de forma cada vez mais precoce. Em 2019, mais de 90% da população entre 9 e 17 já tinham um dispositivo com acesso à internet.

Se até para os adultos pode ser difícil se policiar em relação ao uso de telas, imagine só para as crianças. Além de ocupar um tempo que poderia ser dedicado a outras atividades, acaba gerando perigos, que envolvem o físico, o cognitivo e o comportamental.

Atraso no desenvolvimento

Passar um objeto de uma mão para a outra, empilhar brinquedos, bater palminhas ou balbuciar palavras… são apenas alguns marcos do desenvolvimento. Para que a criança atinja aquilo que é esperado para a idade, é preciso receber estímulos.

A partir do momento que os pais substituem os brinquedos pela oferta de uma tela, a criança permanece horas exposta passivamente ao conteúdo. Essa falta de estímulos prejudica o ganho de habilidades e pode gerar atrasos no desenvolvimento.

Distúrbios do sono

Apesar de ser o grande temor do uso de telas, as complicações no desenvolvimento não são os únicos prejuízos do uso de telas. Desde recém-nascido, o baby precisa se adaptar à rotina do mundo, o que inclui regulação do ciclo de sono e vigília.

Muitos não sabem, mas uma boa noite de sono está diretamente relacionada com o crescimento adequado. Porém, o brilho das telas pode bloquear a produção e ação de um hormônio essencial para que a pessoa adormeça: a melatonina. 

Logo, prejudica o crescimento harmonioso das crianças. Além disso, a manutenção de um ciclo de sono desregulado pode gerar o problema de sonolência diurna. Para quem já frequenta a escolinha, há o risco de impactar diretamente na qualidade do aprendizado.

Obesidade infantil

Por fim, o uso de telas pode acarretar na temida obesidade infantil. Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? Geralmente, o tempo investido nessa atividade acaba sobressaindo ao período que a criança utiliza para brincar ou praticar atividades físicas.

Dessa forma, o sedentarismo ganha cada vez mais espaço e, associado a uma alimentação adequada, resulta na obesidade infantil. Lembre-se que isso vai muito além da estética. Envolve também problemas metabólicos e osteomusculares que tendem a piorar ao longo do tempo.

Confira qual é o consumo recomendado

Diante de tantos malefícios, será que o mais recomendado é apenas restringir ou proibir o uso de telas? A resposta para essa pergunta vai depender de um fator essencial: a idade da criança. Vamos direto ao ponto: até os 2 anos, evite expor o pequeno às telas.

Entre 18 meses e 2 anos existe um período crítico de desenvolvimento, o qual vai requerer bastante interação. De fato, algumas coisinhas podem fugir à regra, como a realização de videochamadas com parentes próximos.

Já entre 2 e 5 anos, recomenda-se, no máximo, o prazo de 1 hora. Até os 10 anos, o período pode dobrar para 2 horas diárias. Por fim, até os 18 anos, seria ideal não ultrapassar 3 horas e, muito menos, virar a noite com telas.

É importante que jogos, filmes e vídeos sejam consumidos sob supervisão de um adulto. Além disso, independentemente da idade, é importante tomar 2 cuidados:

  • não fazer o uso de telas durante as refeições;
  • desconectar pelo menos 1 hora antes de dormir.

E, aos pais, não se esqueçam de denunciar todo e qualquer conteúdo impróprio — como nudez, violência e abusos.

Saiba como prevenir o uso de telas na infância

Portanto, dependendo da faixa etária, o uso de telas é permitido, ainda que seja por termo determinado. Nessa perspectiva, torna-se um desafio para os pais conseguirem fazer esse tipo de limitação.

Por isso, o ponto chave para combater o uso de telas é oferecer opções — tão interessantes quanto — para as crianças. Então, é hora usar e abusar da imaginação para incentivar brincadeiras e bons hábitos para os pequenos.

Lembre-se que é fundamental estimular os diferentes sentidos e, por isso, existem estratégias bem divertidas para toda a família. Brincadeiras em casa, culinária com as crianças, lazer ao ar livre… tudo isso pode tirar um pouquinho as crianças das telas.

Como proteger seu filho

Por outro lado, caso a criança tenha contato com os equipamentos multimídia, é hora de colocar em prática medidas de proteção! A primeira delas envolve a limitação, seja de tempo, seja de conteúdo. Você pode fazer isso por meio de filtros que limitam determinados acessos.

É interessante, ainda, ter total ciência do que os filhos estejam fazendo, independentemente da idade. Fiscalize as compras online e, principalmente, monitore as conversas e níveis de interações com outras pessoas.

Concluímos, por fim, que o uso de telas na infância deve ser cuidadosamente conduzido. Diante de um mundo cada vez mais digital, talvez a melhor saída seja não proibir a prática durante toda a infância. Em resposta a isso, cabe aos pais educarem seus filhos para um uso consciente e, ainda, servirem de exemplos dentro de casa. Essa mudança nos hábitos de vida pode ser benéfica tanto para as crianças, como também para os adultos.

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Referências
O uso das telas e o desenvolvimento infantil. Fiocruz.
#MENOS TELAS #MAIS SAÚDE. Sociedade Brasileira de Pediatria.
Recomendação sobre o uso de telas na infância. Sociedade Brasileira de Pediatria

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