Aqui, uma das preocupações das gestantes está relacionada diretamente com o tipo de parto. Além do dilema clássico entre cesariana e parto normal, um novo conceito veio para roubar a cena: o parto humanizado.
Dessa forma, se for para olharmos através da história, houve um tempo em que os nascimentos eram, de fato, dentro de casa. Porém, evoluiu para uma tradição cada vez mais hospitalocêntrica, com ambiente e participantes essencialmente da saúde.
A revolução da prática iniciou ao final da década de 80. Desde então, o parto humanizado tem sido escolhido por muitas famílias, embora ainda sofra certa resistência de profissionais. Venha entender melhor!
Entenda o que é o parto humanizado
Como dito, os primeiros passos do parto humanizado foram dados um pouco antes dos anos 90. Isso porque em 1985 a Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou uma nova proposta de partos, que levantou debates importantes sobre as medidas até então adotadas.
Primeiro, houve um incentivo ao parto vaginal — ou normal. Associado a essa medida, a OMS condenou a adoção de medidas excessivamente invasivas, como o uso de fórceps, realização de episiotomia e amniotomia.
Além disso, colocou em pauta a necessidade da participação de enfermeiras e parteiras durante o nascimento do baby, o que tira a exclusividade do médico como profissional presente. Outra participação incentivada foi a de um acompanhante, sobretudo um familiar.
Por fim, a OMS levantou uma preocupação com o pós-parto imediato: o vínculo mãe-baby. Antes, o filho era separado da mãe e cada um iria para um cômodo diferente. Desde então, incentiva-se o aleitamento imediato na sala de parto e um alojamento conjunto para ambos.
Em suma, o ponto-chave do parto humanizado é afastar o conceito hospitalocêntrico e valorizar a autonomia da gestante. Assim, a mãe terá sua liberdade de escolha assegurada, com direito de determinar os procedimentos — claro, dentro do que é saudável e indicado.
Conheça as vantagens da prática do parto humanizado
Agora que você sabe como surgiu o conceito e qual o principal objetivo dele, vamos elencar algumas vantagens do parto humanizado. Acompanhe!
Ausência de jejum para o parto humanizado
Seja para realização de um exame, seja para um procedimento cirúrgico, ficar sem comer pode ser desconfortável para o paciente.
Quando o assunto é parto, a indicação de jejum é feita diante do risco de uma aspiração de conteúdo gástrico. Vamos explicar! Ao aplicar anestesia geral, o relaxamento muscular pode fazer com que o conteúdo do estômago retorne e vá parar nos pulmões.
Parece uma complicação bem ruim, certo? Porém, é rara a indicação de anestesia geral no parto. Se for uma gestante de baixo risco, é ainda menor a chance de uso.
Com isso, a recomendação é que as gestantes de baixo risco não realizem jejum. E, vamos combinar: há um grande gasto energético no parto, não é mesmo? Então, o parto humanizado preza por manter alimentação e hidratação sempre que possível.
Presença de acompanhante
Em primeiro lugar, enquanto o conceito hospitalocêntrico prevalecia, não era raro que as gestantes ficassem afastadas de seus familiares durante o trabalho de parto. Imagine só: ficar sozinha durante o nascimento do baby! Péssimo, não é?
Por isso, foi sancionada a Lei nº 11.108/2005. Por meio dela, as gestantes têm o direito assegurado de permitir a presença de um acompanhante. Ele poderá permanecer não só durante o parto em si, mas também antes e depois.
Parece simples, mas essa medida é o suficiente para diminuir o número de experiências negativas que as parturientes queixavam.
Participação de doula
Antes de tudo, você sabe o que é doula? Bem, ela não é exatamente uma enfermeira ou médica, mas sim uma assistente, que destina toda sua atenção para as parturientes.
É ela quem vai dar apoio físico e emocional durante o período de parto. Para quem acha que isso é pouco efetivo, estudos já evidenciaram que esse apoio diminuiu quase pela metade a evolução para uma cesariana.
Com isso, concluímos que a simples presença da doula cria um ambiente favorável para o momento:
- favorece parto vaginal;
- diminui o uso de analgesia;
- trabalho de parto mais rápido;
- maior satisfação materna.
Com tantos benefícios, não há dúvida que a participação da doula deve ser incentivada por obstetras e até mesmo pelas instituições de saúde.
Quer aumentar a família? Veja os segredos de como engravidar!
Ambiente aconchegante
Bem, devemos lembrar que nem todo parto tem o mesmo tempo de duração. Em alguns casos, o trabalho de parto pode ser longo até chegar no momento do nascimento em si. Já em outros, pode ser bem breve e logo o baby nascer.
Aqui, nessa transição, o toque vaginal é importante para identificar o momento de expulsão. Porém, em alguns locais o toque é feito em curto espaço de tempo e por diferentes profissionais. Isso não é o ideal.
Além disso, a transferência para outra sala pode causar desconforto. Por isso, o parto humanizado defende uma equipe específica para tratar daquela parturiente, bem como o preparo de um ambiente aconchegante, seja com iluminação, seja com música.
Posição de conforto
Um outro aspecto importante é a posição que a parturiente fica ao longo do trabalho de parto. Será que é melhor ficar em pé? Deitada? Virada para algum lado específico? Bem, sabe-se que a posição de litotomia não é a mais indicada.
Dessa forma, após muitos estudos e análises, concluiu-se que a posição vertical é a mais recomendada, sobretudo no primeiro estágio do parto. Isso faz com que a necessidade de força durante o parto seja melhor quando comparado às gestantes que permaneceram deitadas.
Outros pontos importantes da posição vertical é:
- não comprime grande vasos sanguíneos;
- melhora a circulação entre mãe e baby;
- melhor respiração materna.
Embora seja o mais indicado, caso a mãe prefira permanecer deitada, a escolha deve ser respeitada. Essa é a verdadeira essência do parto humanizado! Neste caso, recomenda-se que a gestante permaneça virada para o lado esquerdo.
Vínculo mãe-baby
Por último, o parto humanizado permite o fortalecimento do vínculo mãe-baby. Após meses aguardando a chegada do pequeno, essa aproximação inicial após o nascimento é um tanto quanto especial para ambos.
Por isso, o contato pele a pele deve ser incentivado, bem como a amamentação ainda no pós-parto imediato. Pode até parecer simples, mas é crucial para fechar com chave de ouro um momento tão importante.
Apesar de o parto humanizado estar cada vez mais difundido pela sociedade, é um movimento com crescimento ainda mais promissor. Então, se você é gestante ou está tentando engravidar, não deixe de procurar por equipes especialistas neste tipo de parto e conhecer como é o serviço.
Por fim, agora que você já sabe algumas vantagens, reforçamos mais uma vez que o que prevalece é o respeito ao protagonismo e à autonomia da mulher.
Gostou do nosso conteúdo? Siga-nos em nossas redes sociais e não perca nenhuma publicação! Estamos no Facebook, Instagram e Youtube!
Referências
Humanização no atendimento ao parto. Feminina – Febrasgo.