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Diabetes gestacional: quais os sintomas da condição?

O pré-natal é um período muito importante na vida do binômio mãe-feto. Ao longo das consultas, é possível avaliar se há algum fator capaz de prejudicar a saúde materna ou do baby. Sendo assim, uma das condições associadas é a diabetes gestacional.

Analisando de maneira ampla, o diabetes mellitus como um todo apresentou importante crescimento nos últimos anos. Cerca 1 a cada 12 mortes em adultos pode ter alguma relação com essa doença.

O grande fator de risco para o desenvolvimento é a obesidade. A preocupação torna-se ainda maior quando os dados indicam que 20,8% da população adulta é obesa. Continue a leitura e veja como isso implica na diabetes gestacional.

Entenda o que é diabetes gestacional

Antes de tudo, é preciso entender o que caracteriza a diabetes. De modo geral, ela ocorre diante da hiperglicemia sustentada. Calma, vamos explicar!

Nosso organismo apresenta uma série de hormônios capazes de fazer o controle glicêmico. Isso quer dizer que atuam em 3 fatores básicos: captar glicose do sangue, estocar o excesso dela e gastar o necessário para fornecer energia.

O principal hormônio envolvido é a insulina. É ela quem captura a glicose do sangue para que possa ser transformada em energia. Se há algum problema na produção, liberação ou mesmo na ação deste hormônio, os níveis glicêmicos se mantêm altos.

Agora, um detalhe importante: a gestação por si só é um momento de maior resistência insulínica. Isso porque o embrião e o feto vão precisar consumir glicose. Além disso, ocorrem mudanças hormonais que interferem na regulação da glicemia.

Alguns hormônios produzidos na placenta, por exemplo, podem diminuir a ligação da insulina em seus receptores. Tudo isso contribui para um maior risco de hiperglicemia e do desenvolvimento de diabetes gestacional.

Então, podemos definir a condição como: mulher com hiperglicemia identificada pela primeira vez na gestação. Porém, fica uma pergunta no ar: e se ela já apresentasse diabetes, mesmo sem saber?

Saiba como é feito o diagnóstico

Como vimos, uma dúvida simples pode surgir no momento do diagnóstico. Por isso, é importante lembrar que a gestante poderia já apresentar diabetes, porém sem diagnóstico prévio.

Nessa perspectiva, os exames laboratoriais são determinantes. Geralmente, podem ser realizados 2 tipos diferentes durante a gravidez: glicemia de jejum e teste oral de tolerância à glicose (TOTG).

O primeiro deles avalia o nível de glicemia após cerca de 8 horas de jejum. Já o segundo, vai avaliar o nível glicêmico em 3 momentos: em jejum, 1 horas após consumo de glicose e 2 horas após a ingesta.

Idealmente, a glicemia de jejum deve ser avaliada no primeiro trimestre e, mesmo que o resultado seja normal, o TOTG deve ser feito entre 24 e 28 semanas de gestação. Nas famílias com difícil acesso à saúde, ao menos uma glicemia de jejum deve ser feita.

E os pontos de corte? Bem, eles vão variar de acordo com o exame. Além disso, também variam entre gestantes e no restante da população. Por isso, sempre vale a pena conferir em diretrizes quais são os valores de referência.

Mas, afinal, como diferenciar diabetes gestacional e diabetes prévia diagnosticada na gestação? Novamente, os pontos de corte vão definir isso. Mas tenha em mente que as faixas são mais elevadas para a condição prévia do que para a gestacional.

Descubra se há tratamento

Sim, existe tratamento para diabetes gestacional! Assim como nas demais apresentações da condição, a abordagem deve envolver mudança nos hábitos de vida. Porém, diante dos riscos associados, os profissionais de saúde não hesitam em ir além.

Então, a terapia farmacológica deve iniciar após 2 medidas cujo resultado esteja acima da meta desejada. É preciso, ainda, que tais medidas sejam obtidas entre 7 e 14 dias de diferença. Porém, uma vez confirmado o diagnóstico, o primeiro passo é a insulinoterapia.

Sabemos que isso pode assustar algumas pessoas, mas existem diversos motivos para defender essa abordagem. O primeiro deles é que o tamanho da molécula limita sua passagem transplacentária.

Além disso, o ajuste da insulina permite um manejo muito mais preciso dos níveis. Mas, para isso, é preciso contar com a ajuda da gestante para fazer a aferição da glicemia e possibilitar o acompanhamento de pertinho.

De toda forma, as consultas de pré-natal devem ser seguidas à risca. Isso permite que o médico avalie a necessidade de associar alguma outra medida ou mesmo avaliar como está o crescimento do baby.

E, claro, não podemos esquecer dos hábitos de vida. Mais do que nunca, a alimentação contribui para manter bons níveis glicêmicos. Se for necessário, busque um nutricionista para adequar o cardápio sem que prejudique na nutrição do binômio mãe-feto.

Conheça alguns riscos da condição

Se a gestante apresenta diabetes gestacional, a criança se desenvolve em um ambiente hiperglicêmico. Por um lado, pode significar energia em excesso, mas sabemos que existem vários riscos envolvidos.

Embora esteja em um ambiente com elevada glicemia, a regulação de glicose do baby funciona bem. Com um pâncreas bem funcionante, ele vai liberar muita insulina para captar todo o excesso e garantir um bom nível glicêmico.

Essa captação excessiva faz com que o baby cresça bastante. Logo, o peso do nascimento costuma ir além do adequado para aquela idade gestacional. Além disso, a adaptação fora do útero pode gerar riscos.

Afinal, imagine só passar longas semanas em um ambiente hiperglicêmico, com o pâncreas trabalhando a todo vapor. Até que se adapte, vai continuar liberando bastante insulina. Porém, essa liberação em um nível glicêmico adequado vai gerar o risco de hipoglicemia.

Agora, pensando a longo prazo, a diabetes gestacional está relacionada com maior risco de obesidade, síndrome metabólica e até mesmo diabetes mellitus na vida adulta. Já para a mãe, também aumenta o risco de desenvolver tais condições.

Avaliações pós-parto

Por isso, cerca de 6 semanas após o parto, é interessante realizar novamente um TOTG para avaliar como evoluiu a condição.

Podemos concluir, enfim, que a diabetes gestacional é uma condição que aparece nas gestantes que já apresentavam algum fator de risco para hiperglicemia. Geralmente, são mulheres cuja regulação glicêmica estava no limite, antes mesmo da gestação. Para essas mulheres, é necessário redobrar a atenção e os cuidados. Porém, mesmo naquelas sem fatores de risco, o pré-natal deve ser muito bem realizado a fim de diagnosticar e tratar a condição.

Bem, falamos tanto sobre obesidade, que tal entender um pouco mais sobre obesidade infantil?

Referências

Diabetes gestacional. Feminina – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Rastreamento e diagnóstico da hiperglicemia na gestação. Sociedade Brasileira de Diabetes.

Guia da gestante com diabetes gestacional. Santa Casa BH – Ensino e Pesquisa.

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