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Sífilis congênita: o que os pais precisam saber?

Falar sobre doenças no baby é sempre um assunto delicado, sobretudo quando também envolve a saúde materna. Porém, é apenas conversando sobre a doença que é possível entender melhor o que ela representa. Hoje, vamos falar sobre a sífilis congênita!

Mas será que é realmente importante saber sobre isso? Bem, de 2010 para 2015, a incidência da doença subiu de 2,4 para 6,5. É um aumento considerável, não é mesmo? Além disso, é uma doença de notificação compulsória, o que mostra preocupação pelos órgãos de saúde.

E não é para menos! Diante de um tratamento relativamente simples, seria muita irresponsabilidade não fazer o diagnóstico. Sem ele, a doença pode afetar os pequenos e, ainda, deixar sequelas para a vida.

Entenda o que é a sífilis congênita

Antes de mais nada, vamos falar sobre a doença sífilis como um todo. A sífilis é provocada pela bactéria Treponema pallidum. De maneira geral, ela vai ter 4 fases importantes de evolução.

A primeira delas é a primária, na qual vai surgir uma lesão de pele bem parecida com uma úlcera. Se não realizado o tratamento, evolui para a fase secundária, na qual as bactérias já atingiram outras regiões do corpo.

Já a sífilis latente é caracterizada pela ausência de sinais e sintomas da doença. Porém, a infecção ainda existe, de modo que até 40% evolui para a sífilis terciária. Embora seja mais rara, é a fase mais perigosa, que pode acometer coração e cérebro.

Mas, afinal, onde entra a sífilis congênita nisso? Neste caso, é a infecção que passou de mãe para filho. Isso ocorre por meio da placenta, independente de qual fase da doença a gestante está — apesar de o risco ser maior nas fases iniciais.

Saiba quais os principais sintomas

Primeiramente, os sintomas de sífilis são bem característicos do tipo da doença e de qual fase ela está. No caso da sífilis primária, por exemplo, o cancro — ou ulceração — é o sinal mais conhecido. Porém, quando o assunto é sífilis congênita, a história muda um pouco.

Isso porque a grande maioria dos casos é assintomático, sobretudo em recém-nascidos. Ao longo do tempo, as manifestações podem aparecer, principalmente a partir dos 3 meses de vida. E elas são as mais diversas, desde coriza com um pouco de sangue até manchas na pele.

Por isso, é tão importante fazer uma triagem na mãe ainda na maternidade. Em outras palavras, é fazer um exame que vai identificar se ela tem sífilis. Caso tenha, existe um grande risco de ter passado para o baby.

E se mesmo assim não for feito o diagnóstico em tempo hábil? Bem, aí as manifestações podem ser um pouco mais tardias, após os 2 anos de vida. Neste caso, os mais graves são surdez, problemas ósseos, distúrbios visuais e até mesmo sequelas neurológicas.

Veja como é o diagnóstico e tratamento

Eventualmente, uma das partes mais difíceis no manejo da sífilis, seja ela congênita ou não, é o diagnóstico. Apesar de ser a mais difícil, é também a mais importante. No caso da sífilis congênita, é preciso direcionar o olhar tanto para a mãe, quanto para o baby.

Em um pré-natal bem feito, sem dúvidas a mãe fará o teste. Geralmente, isso acontece em mais de um momento da gestação, justamente para não deixar passar nada. Além disso, também é feito após o parto, ainda na maternidade.

Ao mesmo tempo, para o baby, não é fácil encontrar a bactéria nos primeiros dias de vida. Então, o diagnóstico de sífilis congênita vai depender muito dos resultados da mãe. Sendo muito sugestivo de infecção, existem testes mais sensíveis para aplicar nos babies.

Agora, sobre o tratamento, é bem simples! Para a sífilis materna, utiliza-se penicilina G benzatina. A dose e a frequência vai depender da fase da doença. Já nos pequenos, o antibiótico é outro: ceftriaxona.

Conheça os riscos da doença

Da mesma que é importante saber quais são os testes e tratamentos, é imprescindível entender a importância do acompanhamento. Ele deve ser feito até os 2 anos de idade, ainda mais considerando que as manifestações podem ser tardias.

Então, se a criança testar positivo e iniciar o tratamento, é preciso continuar testando e acompanhando os resultados. Assim, é o médico quem vai interpretar a queda da infecção e detectar quando ela ficará inativa. 

Tudo isso segue um cronograma e diretrizes específicas. Vale dizer, ainda, que existe o risco de sequelas, sobretudo em pacientes que não tratam. Em casos ainda mais tristes, podemos ver situações de aborto ou mesmo natimorto. Portanto, um pré-natal bem feito é indispensável.

Descubra como prevenir a condição

Agora, o mais importante de todos os tópicos: como prevenir a sífilis congênita? Antes de tudo, vale reforçar que é uma condição completamente evitável. Para isso, é preciso detectar a doença na mãe ainda durante a gestação.

Sobretudo, isso não é difícil e existe teste com essa finalidade. Basta que o pré-natal seja muito bem feito e acompanhado de perto. E não são apenas os pais ou médicos que apresentam essa preocupação.

O Brasil adotou estratégias da Organização Mundial da Saúde visando a eliminação da sífilis congênita no país. Conceitualmente, uma doença é eliminada se a incidência for inferior a 0,5. Sim, temos um longo caminho a percorrer.

Porém, o foco está no diagnóstico e na assistência. Portanto, é interessante ampliar os testes em gestantes, além de oferecer os resultados rapidamente. Isso vai agilizar o tratamento e diminuir o risco de transmissão.

Ah, o parceiro sexual não deve ficar de fora dessa. Ele também realiza o tratamento e, juntos, recebem orientações sobre a prática de sexo seguro.

Por fim, vamos recapitular o que é mais importante sobre a sífilis congênita: diagnóstico e prevenção. Um bom pré-natal pode ser suficiente para isso, porém os cuidados não devem se limitar a ele. Na verdade, continuam ao longo dos anos, até mesmo na maternidade. Qualquer sinal de infecção materna ou congênita, é preciso ser acompanhado de perto por profissionais especializados a fim de prevenir as sequelas da doença.

E você sabe quais são os outros exames essenciais para um bom pré-natal? Venha descobrir!

Referências

Aspectos epidemiológicos e preventivos da sífilis congênita. Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Diretrizes para o controle da sífilis congênita. Ministério da Saúde.

Sífilis congênita: o que o médico precisa saber. PEDMED.

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