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Vômitos na gravidez: quando se preocupar?

Atire a primeira pedra quem nunca ouviu falar que as grávidas sentem enjôos! Inclusive, muitas vezes esse é o primeiro sinal de gestação. Mas e quando o problema persiste? E quando ficam frequentes os vômitos na gravidez?

Falando em números, a prevalência de náuseas e vômitos no período gravídico chega a 85%. Desses casos, 25% é o famoso enjoo matinal. Viu só como não é algo raro de acontecer? Porém, é importante ter atenção com a forma como evolui.

Calcula-se que em cerca de 10% das gestações vai ser necessário o tratamento farmacológico. Mas, afinal, quando começar a se preocupar? Calma, vamos entender melhor abaixo!

Entenda o que são náuseas, êmese e hiperêmese

Partindo do princípio: você sabe conceituar a diferença entre náusea e êmese? E a hiperêmese, o que isso quer dizer? Vamos desvendar juntos!

Náuseas

Sabe aquela sensação bem desagradável que costuma anteceder o vômito? Pois bem, ela é a famosa náusea. Ela indica para a pessoa que provavelmente vai acontecer a êmese. Mas, calma, sem pular conceitos!

Geralmente, as náuseas se manifestam com um suor mais frio, bastante salivação e um certo refluxo. Neste caso, não está associada a uma doença de base. Em 90% das gestações, ocorrem entre a 5ª e a 9ª semana.

E se for observada mais tardiamente? Bem, como não é o habitual, é preciso redobrar a atenção e passar por avaliação mais detalhada.

Êmese

Agora sim, a êmese! Aqui, estamos nos referindo ao vômito em si. Além de todas as sensações desagradáveis da náusea, vai acontecer uma hipotonia gástrica. Hein? Calma, isso significa que a musculatura que evita o refluxo do alimento vai relaxar e ele retorna do estômago.

Portanto, a êmese é a expulsão do conteúdo gástrico pela boca. Associado a isso, existe uma forte contração torácica e abdominal que vai ajudar a empurrar o alimento para o caminho reverso. 

Hiperêmese

Se a êmese são os vômitos, o que é a hiperêmese? Aqui, a dimensão vai ser muito maior. São vômitos incoercíveis, frequentes, em grande quantidade. Frente a isso, o impacto no organismo é mais importante e vai requerer intervenção rápida.

A gestante rapidamente pode ficar desidratada e desnutrida. Além disso, pode entrar em um quadro de hipoglicemia e até atingir comprometimento neurológico. Se enfrentar uma perda de peso superior a 5%, é considerada a internação hospitalar.

Saiba por que ocorrem as náuseas e vômitos

Se os vômitos na gestação são tão comuns, será que existe alguma explicação para o problema? Na verdade, existem algumas hipóteses. Porém, nenhuma explica, sozinha, o processo como um todo. Vemos, então, que é uma somatória de fatores.

Teoria endócrina

Uma coisa é fato: durante a gestação, existe uma série de mudanças endócrinas que influenciam no organismo da mãe. Dois hormônios que se elevam são: gonadotrofina coriônica e progesterona.

Estudos mostram que o período mais associado às náuseas coincide com o pico da gonadotrofina. Além disso, este hormônio é ainda maior na gestação de gêmeos. E, coincidentemente, as náuseas são mais frequentes em gravidez gemelar.

Lembra que existe outro hormônio associado? A progesterona promove a redução do tônus muscular liso. Em outras palavras, isso significa que a musculatura do trato gastrointestinal vai ficar mais relaxada, ou seja, mais propensa aos refluxos e vômitos na gestação.

Infecção pelo Helicobacter pylori 

Essa teoria se baseia em um estudo no qual 95% dos exames para o Helicobacter pylori foram positivos nas gestantes com náuseas e vômitos. Já naquelas sem enjoos e êmese, apenas 50% dos exames positivou.

Embora nos casos concordantes a carga bacteriana foi diretamente associada com a intensidade dos sintomas, não é uma teoria forte. Isso porque muitas têm a infecção e mesmo assim não apresentaram nenhum sintoma.

Como o próprio estudo mostrou, nem sempre a infecção é sinônimo de vômitos na gestação. Sendo assim, não é possível determinar a causa única do problema.

Veja como tratar os vômitos na gravidez

Agora sim, vamos entender como é feito o diagnóstico e tratamento! 

Diagnóstico de êmese e hiperêmese gravídica

O primeiro passo é determinar que não há nenhuma doença de base provocando náuseas e vômitos. Lembre-se que os sintomas são mais comuns até a 9ª semana de gestação. Por isso, após esse período, requer uma avaliação mais aprofundada.

Na maioria das vezes não vai requerer maiores intervenções, sendo o único problema o impacto na qualidade de vida e bem-estar da grávida. Existe, ainda, uma série de 3 perguntas — Escore de PUQE — que vão ajudar a guiar no diagnóstico e tratamento. São elas:

  1. Por quanto tempo se sentiu nauseada nas últimas 24h?
  2. Quantos episódios nas últimas 24h?
  3. Quantos momentos de salivação ou esforço de vômito?

Tratamento não-farmacológico

Durante a gestação, o trato gastrointestinal precisa de mais tempo para realizar o esvaziamento gástrico. Além disso, existe menor produção e escoamento de bile, uma secreção essencial para a digestão.

Por isso, muito cuidado com a frequência e quantidade de alimentação. Busque se alimentar apenas quando estiver com fome, sem cometer excessos. E, ainda, cuidado com o jejum prolongado! 

Sabemos que o aspecto psicoemocional influencia bastante no processo. O medo e a ansiedade podem desencadear ainda mais os vômitos na gestação. Então, acompanhe com seu médico e avalie sempre a possibilidade do tratamento farmacológico.

Tratamento farmacológico

Mais de 30% das gestantes que sofrem desse problema acabam necessitando de uma intervenção farmacológica. A ondansetrona, por exemplo, é um medicamento popular, que causa menos efeitos colaterais e pode melhorar o quadro.

Porém, existem outros medicamentos muito comuns que podem acabar provocando efeitos indesejados. Por isso, utilize apenas os fármacos recomendados pelo seu médico.

Concluímos, enfim, que os vômitos na gestação são mais frequentes do que se imagina. Embora sejam bastante incômodos para a gestante, o grande detalhe está em identificar quando buscar ajuda. Quando se tornarem incoercíveis, a ponto de não conseguir se alimentar nem ingerir líquidos, procure ajuda médica. E, claro, relate sempre nas consultas de pré-natal se tiver algum problema com náuseas ou vômitos.

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Referências

Náuseas e vômitos na gravidez. Feminina.

Êmese da gravidez. Febrasgo.

Hiperêmese gravídica. Rotinas Assistenciais da Maternidade- Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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