fbpx
#Blog

Descubra o que é gravidez ectópica

Vez ou outra, vem descrito em um laudo de ultrassom “gestação eutópica”. O termo pode confundir muitas famílias, ainda mais quando consideramos que existe um bem parecido: a gravidez ectópica.

Afinal, o que isso quer dizer? Bem, no primeiro caso, a gestação eutópica indica que o saco gestacional está se desenvolvendo onde realmente deveria estar: no interior do útero. Logo, você já pode imaginar o que o termo ectópico sugere, certo?

Pois bem, hoje vamos desvendar o que significa essa condição, bem como as manifestações, formas de diagnóstico e tratamento. Confira abaixo!

Entenda o que é gravidez ectópica

Vamos direto ao ponto: a gravidez ectópica é aquela que se desenvolve fora da cavidade uterina. Mas, afinal, como isso é possível?

Para explicar isso, precisamos voltar um pouquinho na anatomia. De maneira geral, podemos dizer que o óvulo se origina no ovário e, após ovulação, é liberado nas tubas uterinas. Ele vai percorrer todo o caminho tubário e, quem sabe, ser fecundado.

Ao ser fecundado pelo espermatozoide, vai formar o zigoto e, posteriormente, o embrião. Porém, é fundamental que haja a implantação na cavidade uterina, para que a gravidez ocorra conforme o habitual.

Se isso não acontecer, há um grande risco de desenvolver uma gestação ectópica. O principal local de implantação inadequada é, de fato, nas tubas uterinas. Porém, pode acontecer nos ovários e até na cavidade abdominal.

E qual o risco disso? Bem, nenhuma dessas regiões apresenta estrutura adequada para sustentar o desenvolvimento fetal. Logo, há um grande risco de rompimento, que pode até colocar em jogo a vida da mulher.

Descubra quais os fatores de risco

Como podemos ver, existe alguma coisa de errado no momento da implantação que faz com que ocorra gravidez ectópica. Sendo assim, é importante elencar alguns fatores de risco que justificam esse erro.

A doença inflamatória pélvica (DIP) é um desses fatores. Essencialmente, ela provoca um processo inflamatório nas estruturas pélvicas — o que inclui as tubas. Isso resulta em alterações permanentes na anatomia tubária, que podem até gerar infertilidade.

Diante disso, outro fator de risco comum são os procedimentos tubários. Em outras palavras, tudo que produz alterações nas tubas pode impactar na implantação errônea, inclusive o tabagismo. 

Outros dois fatores importantes são: dispositivos intrauterinos e laqueadura. Mas, calma, não são métodos contraceptivos? Sim, mas diante da falha deles há um maior risco de gravidez ectópica.

Os fatores que alteram o perfil hormonal também podem influenciar no funcionamento reprodutivo adequado. Logo, a falha de uma pílula do dia seguinte ou mesmo a reprodução assistida geram risco da implantação incorreta.

Por fim, a história prévia de gravidez ectópica completa a lista de fatores de risco associados.

Saiba quais os sintomas da condição

A princípio, o sintoma vai ser o mesmo de uma gestação tópica: atraso menstrual. Vamos explicar o porquê! A gonadotrofina coriônica (HCG) é um hormônio dosado a fim de detectar a gravidez. Ela age incentivando que organismo da mulher continue produzindo progesterona.

É a progesterona que impede o endométrio de descamar, ou seja, ela que segura o sangramento. Porém, na gravidez ectópica, os níveis de HCG são insuficientes para manter a produção de progesterona.

Assim, por mais que haja um atraso menstrual, logo vem um pequeno sangramento. Geralmente, as mulheres relatam com o termo “em borra de café”, justamente por ser mais escuro do habitual.

Além disso, podem se queixar de dor na região abdominal, principalmente na transição para a virilha. Isso acontece porque o saco gestacional implantado na região errada pode começar a comprimir raízes nervosas.

Veja como é feito o diagnóstico

O diagnóstico se baseia em 2 fatores: ultrassom e dosagem de beta-HCG, assim como uma gestação eutópica. Diante de um beta-HCG entre 1500 e 2000, já é possível visualizar o saco gestacional dentro da cavidade uterina.

Sendo assim, caso ele não seja detectado e, ainda, identificada uma massa indefinida em anexos, ativa um sinal de alerta. Então, existem algumas possibilidades.

A primeira delas é o beta-HCG superior a 1500 e útero vazio: isso já fecha diagnóstico de gravidez ectópica. Já um beta-HCG inferior a 1500 e nada visualizado no útero, requer um pouco mais de cautela. Aqui, pode ser tanto a ectópica ou a eutópica.

Portanto, há indicação para fazer a chamada curva de beta- HCG. Isso quer dizer que a cada 24 horas a mulher vai dosar o hormônio. Na gestação eutópica, ele tende a dobrar nesta faixa de tempo. Já na ectópica, se eleva menos.

Existe, ainda, o risco de o diagnóstico acontecer apenas diante do rompimento. Aqui, já é um caso mais grave, que pode alterar pressão arterial, frequência cardíaca e provocar irritação na cavidade abdominal. Sem dúvidas, requer atendimento de urgência.

Conheça algumas formas de tratamento

Frente a essas possibilidades diagnósticas, podemos dividir o tratamento em 2 tipos de abordagem: quadros estáveis e instáveis.

Falando primeiro dos instáveis, geralmente são aqueles nos quais já ocorreu o rompimento das estruturas. Isso pode provocar um sangramento intenso, que se espalha na pelve e abdome. Primeiro, é necessário estabilizar a paciente em unidade hospitalar.

Feito isso, é preciso fazer um procedimento cirúrgico, a fim de controlar o sangramento e remover a região acometida pela gravidez ectópica. Geralmente, é feita a salpingectomia, uma vez que o local mais frequente é na tuba.

Já nos quadros estáveis, existem 2 opções: realizar a cirurgia — por vídeo ou não — ou tratar apenas com medicamentos. O que vai guiar essa conduta é o nível do beta-HCG e o tamanho do embrião.

Se o hormônio estiver < 3500 e o embrião < 3,5 cm, é possível utilizar um medicamento chamado metotrexato. Ele vai impedir a divisão celular e, consequentemente, a progressão da gestação.

Para acompanhar o sucesso do tratamento, é preciso dosar o beta-HCG periodicamente — a periodicidade vai variar de acordo com o protocolo adotado. Por vezes, é necessário repetir o tratamento. Outras, apenas acompanhar. Por fim, também há a possibilidade de cirurgia.

Vimos, então, alguns detalhes sobre a gravidez ectópica. De fato, pode ser um tanto quanto frustrante para as famílias. Porém, o mais importante é acompanhar com um profissional qualificado, a fim de realizar as melhores condutas e obter amparo emocional adequado. Por último, vamos a uma curiosidade: existem casos de gestação eutópica e ectópica ao mesmo tempo — a heterotópica, mais comum em reprodução assistida.

Gostou do conteúdo? Acompanhe nossas redes sociais e não perca as novidades! Estamos no Facebook, Instagram e YouTube!

 

Referências

Gestação ectópica: diagnóstico e manejo. Biblioteca Virtual em Saúde.

Gravidez ectópica não rota: diagnóstico e tratamento. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.

Gestação ectópica. Manual MSD.

Cadastre-se e ganhe 5% em sua primeira compra