Das crianças até os idosos… todo mundo que já teve contato com um baby sabe o que é uma gorfada. Não é raro que o pequeno, após se alimentar, elimine um pouquinho de leite pela boca. Mas, afinal, quando refluxo em bebê vira um caso sério?
Bem, antes de tudo, é importante esclarecer que todo mundo tem um pouquinho de refluxo. Mas é todo mundo mesmo, viu? Até mesmo os adultos. Porém, o que diferencia é a quantidade de alimento que retorna e, ainda, o quão prejudicial aquilo é para o organismo.
Viu como é uma linha tênue? Por esse motivo, vamos entender exatamente o que provoca o problema. Mais importante que isso, é saber quando tomar medidas para tratamento e para prevenir novos episódios. Continue a leitura!
Entenda o que é o refluxo gastroesofágico
Vamos partir do princípio de que se algo reflui é porque retorna do caminho que deveria seguir. Ok, entendido isso, vamos pensar qual trajeto o alimento percorre até chegar no estômago. Basicamente, o esôfago é um tubo que permite a passagem do bolo alimentar.
Ele inicia logo após a faringe e termina no estômago. Para que a comida não retorne, existe um esfíncter entre os dois órgãos que permanece bem firme e contraído. Porém, se tal esfíncter ficar um pouquinho frouxo, corre o risco de o alimento retornar.
Como dito, todo mundo tem um pouquinho de refluxo. Porém, o refluxo em bebê isso é mais intenso, já que o esfíncter ainda está imaturo na sua função. Então, logo após as refeições, quando o estômago está cheio de comida, aumenta a pressão no interior do órgão.
É justamente nesse momento que o risco de refluxo aumenta. Pensando nos pequenos, o leite materno pode ficar no esôfago, chegar na garganta ou mesmo ser expelido pela boca. Esse tipo de regurgitação é muito comum, sobretudo entre os 2 e 4 meses de vida.
Vale lembrar que não é só o alimento que retorna. Na verdade, todo o conteúdo gástrico pode refluir e isso inclui o ácido clorídrico. É justamente ele que pode provocar lesões e causar os problemas do refluxo.
Veja se é normal o refluxo em bebê
Bem, você já sabe que não é incomum o refluxo em bebê, ainda mais nos primeiros meses de vida. Com o amadurecimento do esfíncter e, ainda, com a mudança de alimentação após os 6 meses, os episódios de regurgitação tendem a diminuir.
Dessa forma, já há resolução da maioria dos casos até o primeiro ano de vida. O mais importante de tudo é monitorar o ganho de peso enquanto houver casos de refluxo. Isso porque a perda alimentar pode prejudicar o crescimento do baby.
Claro, em grande parte dos casos a regurgitação não é suficiente para isso. Em outras palavras, o baby pode até chegar a vomitar e crescer normalmente. Porém, nunca é demais o cuidado com o desenvolvimento.
Outro fator que contribui para o refluxo, além da imaturidade do esfíncter, é a posição deitada que o baby costuma ficar. Assim, outro marco importante para diminuição do refluxo em bebê é quando ele aprende a sentar.
Por último, a alimentação com líquidos e em grande quantidade é um fator de risco para regurgitação. Dessa forma, os episódios tendem a diminuir quando o leite materno começa a ser complementado com alimentação sólida.
Conheça alguns perigos do refluxo
Se o refluxo é algo comum nos primeiros meses de vida, quando ele se torna algo perigoso? Para responder isso, lembre-se do ácido clorídrico que mencionamos anteriormente. Por mais ácido que seja, a parede do estômago apresenta mecanismos de proteção contra ele.
A partir do momento que ele retorna para o esôfago, não há nada que proteja aquela região. Dessa forma, a parede do órgão pode ficar lesada e, assim, sintomas começam. Então, a criança pode sentir dor, azia e até mesmo vomitar sangue. Assustador, não é mesmo?
Em casos mais graves, o conteúdo pode refluir até a boca e ser aspirado para os pulmões. Neste caso, vemos um quadro de pneumonia de aspiração, sendo mais comum em prematuros.
Se a dor for suficiente para impedir a alimentação, pode resultar em impactos até no desenvolvimento. Isso porque a recusa alimentar faz com que a criança não obtenha os nutrientes necessários para crescer. Com isso, ou o crescimento fica estagnado, ou o baby começa a perder peso.
Não é interessante deixar chegar nesse ponto para diagnosticar a condição. Por isso, se atente caso a criança fique mais chorosa e irritada. Além disso, a recusa alimentar e a anemia podem sugerir que o refluxo tornou-se, de fato, um problema.
Descubra como proteger o baby
A primeira maneira de proteger o baby é adotando medidas durante a amamentação. Por isso, atente-se às posições durante o aleitamento. Um dos cuidados é manter a criança inclinada enquanto mama, além de deixar a cabeça sempre mais elevada que o tronco.
Quando o baby já está satisfeito, não deixe de colocá-lo para arrotar. Aqui, vai um pouco contra o senso comum. Evite balançá-lo ou mesmo dar tapinhas nas costas. O ideal é mantê-lo de pé e aguardar com que ele arrote naturalmente.
É importante, ainda, evitar algumas atividades após as mamadas. Neste caso, não dê banhos nem troque a fralda. Ah, falando nisso, evite usar roupinhas ou fraldinhas muito apertadas. Assim, você evita uma compressão exagerada sobre o abdômen.
Os cuidados não param nem na hora de dormir. Se o baby sofre muito com o refluxo, mantenha a cabeceira do berço elevada em 30º. Assim, cabeça e tronco permanecerão mais altos. Além disso, existe um travesseiro antirrefluxo que pode ajudar!
Procure um profissional para refluxo em bebê
No mais, uma das maneiras de proteger o baby é saber reconhecer quando está na hora de comunicar ao pediatra. Se o baby estiver desconfortável e choroso já ative o alerta. Agora, se isso for combinado com pouco ganho de peso, aumenta o risco de realmente ser refluxo.
De toda forma, não deixe de buscar ajuda, afinal, outras condições podem causar sintomas semelhantes.
A grande lição que fica sobre o refluxo em bebê é de que é algo extremamente natural, sobretudo nos primeiros meses de vida. Embora a tendência seja melhorar durante o primeiro ano de vida, pode ser que resulte em problemas para o baby.
Neste caso, cabe aos pais e ao pediatra que acompanha reconhecer sinais de doença do refluxo e, o quanto antes, iniciar o tratamento para proteger a integridade da criança.
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Referências
Refluxo gastroesofágico. Sociedade Brasileira de Pediatria.
Como prevenir o refluxo no bebê? Sociedade Matogrossense de Pediatria.