O diagnóstico de gravidez provoca um mix de emoções. Para o casal que tanto esperava, pode significar a realização de um sonho. Já quando a gestação não é planejada, pode ser uma surpresa. E quando descobre uma gravidez gemelar?
Bem, nesses casos, dificilmente podemos encontrar uma família que não se surpreenda. De fato, os desafios vêm em dobro — ou triplo, ou quádruplo. Porém, é hora de colocar a cabeça no lugar e entender melhor o que isso representa.
Sabemos que o pensamento pode correr para o futuro, sobretudo com os cuidados necessários após o nascimento. Porém, existem algumas curiosidades e conceitos interessantes, que você confere logo abaixo!
1. A gravidez gemelar requer um pré-natal especial
Não é novidade para ninguém que as consultas de pré-natal são fundamentais para a saúde do binômio mãe-feto. Por meio delas, é possível avaliar como está o desenvolvimento da gestação, bem como detectar condições que podem influenciar no parto e pós-parto.
Quando o assunto é gravidez gemelar, o pré-natal deve ser ainda mais cuidadoso, uma vez que é considerada de alto risco por si só. Mas atenção! Esse risco não significa que algo ruim vai acontecer, apenas que o acompanhamento deve ser mais cauteloso.
Portanto, as consultas de pré-natal vão ocorrer com maior frequência e em intervalos menores, associada à avaliação clínica e por meio de exames.
2. Nem sempre os gêmeos são idênticos
Sim, isso mesmo que você leu: nem sempre os gêmeos são idênticos! A gravidez gemelar pode acontecer, basicamente, por dois motivos. A primeira situação é quando apenas um óvulo é fecundado e ele se divide. Neste caso, chamamos de univitelinos.
Porém, na segunda situação, a mulher libera mais de um óvulo na sua ovulação — uma situação comum devido às mudanças hormonais. Quando todos são fecundados, a gestação é múltipla, porém os babies não são idênticos.
3. Eles também podem dividir a placenta
Essa curiosidade vai mais para quem já está grávida de gêmeos e pegou os laudos de ultrassom para ler. Afinal, o que significa “dicoriônica e diamniótica”? Aqui, existem 2 placentas e 2 sacos amnióticos, ou seja, cada baby tem o seu.
Portanto, na grande maioria das gestações “di-di”, os pequenos não serão idênticos. Por outro lado, nos casos de monocoriônica, independentemente do número de sacos amnióticos, as crianças serão idênticas.
4. Os gêmeos podem ter sexo diferente
Agora, vamos ver se tudo ficou muito bem entendido. Se nem toda gravidez gemelar vai resultar em gêmeos idênticos, é possível que tenham sexos diferentes, certo? É isso mesmo! Nos casos univitelinos, quando apenas um óvulo é fecundado, os gêmeos terão o mesmo sexo.
Por outro lado, nas gestações bivitelinas, vemos que mais de um óvulo foi fecundado. Portanto, nessas gestações é possível encontrar crianças com sexos diferentes.
5. Atenção com a história familiar
Vimos, enfim, o que acontece na fecundação que acaba resultando em uma gravidez gemelar. Mas, afinal, quais são os fatores de risco para ela acontecer? Bem, o mais conhecido é a história familiar.
Então, as pessoas que apresentam gêmeos ou trigêmeos na família, já podem ficar atentas: existe um risco um pouco maior de que a genética influencie. Ah, um detalhe a mais: as chances são ainda maiores caso a história seja em parentes diretos da mãe.
6. Fertilização in vitro aumenta a chance
De fato, a hereditariedade é um fator de risco que assusta muita gente. Porém, outro fator bastante conhecido são as fertilizações in vitro. Nesse processo, o óvulo fecundado é implantado na mulher.
Contudo, geralmente, isso não é feito apenas com um único embrião. Para aumentar as chances de implantação, são utilizados múltiplos embriões. Assim, pode ser que apenas um se desenvolva, bem como existe a chance de todos se desenvolverem.
Vale ressaltar que, mesmo que apenas 1 embrião seja utilizado, também existe a possibilidade de ele se dividir.
7. A mamãe pode ter mais sintomas
Como dito, uma gestação em dobro pode trazer desafios em dobro! Esse detalhe os pais — sobretudo a mãe — vão perceber mesmo antes do nascimento. Se um único baby pode provocar sintomas para a gestante… imagine 2!
Pois bem, nas gestações múltiplas, a produção de hormônios também é maior. Sendo assim, a mãe pode sofrer com os sintomas de uma maneira mais intensa que a habitual. Apetite, sono e enjoo são apenas alguns problemas que podem ser vivenciados com maior intensidade.
8. Nem sempre os gêmeos são prematuros
Lembra quando falamos que a gravidez gemelar é sempre de alto risco? Além de apresentar maior chance de doenças hipertensivas na gestação e diabetes gestacional, também está associada a um maior risco de nascimento prematuro.
Porém, isso não é regra em uma gravidez de gêmeos. Na verdade, existe todo um cuidado durante o pré-natal para fazer os bebês nascerem “a termo”, ou seja, com 37 semanas ou mais.
No caso de trigêmeos, o risco de prematuridade é um pouco maior e, dificilmente, os babies chegam ao termo. Por isso, é tão importante fazer um excelente pré-natal e adotar medidas que ajudem na maturação dos pequenos para o nascimento.
9. E nem sempre o parto é cesárea
Para finalizar, vamos à última curiosidade que acaba quebrando um mito: é possível que os babies nasçam em um parto normal ou vaginal! Porém, vale ressaltar que a grande maioria dos casos tem indicação de cesárea.
Então, é importante conhecer algumas condições que podem favorecer o parto natural. A primeira delas é a apresentação da criança. Então, se ambos estiverem com a cabecinha para baixo, já há maior chance do parto normal.
Porém, não é o único fator. É necessário avaliar o peso dos pequenos e, ainda, a saúde do binômio mãe-fetos. Por último, é fundamental contar com a experiência do médico e de toda a equipe que vai receber as crianças.
E você, imaginava que a gravidez gemelar envolvia tantos detalhes? Pois bem, procuramos levantar algumas curiosidades da gestação em si. Não se esqueça que os desafios começam antes mesmo do nascimento e que o pré-natal deve ser feito com um profissional capacitado. Porém, eles não terminam com a vinda dos babies ao mundo. Então, prepare a casa, o quartinho e o psicológico de toda a família para receberem bem os novos integrantes!
Agora, que tal saber como lidar com a chegada do segundo baby?
Referências
Gravidez múltipla: identificação de riscos e conduta.
Quais são os tipos de gravidez gemelar? Painel USP de gêmeos.
10 mitos e verdades sobre a gestação gemelar. Bebê – Revista Abril.